Vereadores prometem lutar por causas fora do parlamento goianiense
26 setembro 2022 às 16h22
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Com 1.032.004 de eleitores somente em Goiânia, 20, dos 35, vereadores da Capital seguem nas ruas em busca dos eleitores da cidade. A capital representa 21,1% de todo o eleitorado e, somada aos 19 municípios da Região Metropolitana, já representa 33% de todos os eleitores do Estado.
Os candidatos Aava Santiago (PSDB), Leandro Sena (PRTB), Lucas Kitão (PSD), Gabriela Rodart (PTB), Sandes Júnior (Progressistas), Sabrina Garcez (Republicanos) e Thialu Guioti (Avante) disputam o cargo de deputado federal.
Enquanto isso, Sargento Novandir (Avante), Lucíula do Recanto (PSD), Clécio Alves (Republicanos), Anderson Sales –Bokão (PRTB), Mauro Rubem (PT), Cabo Senna (Patriota), Pedro Azulão Jr (PSB), Ronilson Reis (Brasil 35), Juarez Lopes (PDT), Edgar Duarte Careca (PMB), Paulo Henrique da Farmácia (PTC), Santana Gomes (PRTB) e Willian Veloso (PL) buscam uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego).
Alguns dos parlamentares apostam, justamente, na visibilidade que tiveram nos dois anos de mandato no Legislativo Municipal e na atuação em pautas importantes e polêmicas que foram aprovadas durante o período. Políticos entrevistados pelo Jornal Opção revelam o desejo e os projetos políticos fora da Casa goianiense.
Como é o caso da vereadora Gabriela Rodart. A petebista ganhou visibilidade em pautas conservadoras e também votou contra a revisão do novo Código Tributário Municipal (CTM). A candidata aposta na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e na sua atuação contra o passaporte da vacina.
“Desde o início do mandato, sempre estive muito disposta a fazer um trabalho de vereança na parte de fiscalização do poder público, apesar das dificuldades. A base do prefeito é muito forte. Já tentei abrir uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] na Saúde, mas não tive nem 3 assinaturas. Busquei várias parcerias até de deputados federais, mas não tive respostas. Apesar de tudo isso continuo com as mesmas bandeiras ideológicas”.
Presidente do Diretório Metropolitano do PSDB, a tucana Aava Santiago que é evangélica, quer enfrentar o bolsonarismo no Congresso Nacional. A vereadora se absteve contra o aumento do IPTU e ganhou visibilidade em pautas feministas e na estimulação e no fomento à cultura no Centro de Goiânia.
“Contribuímos para o parlamento goianiense de forma qualificada e recorde. Conseguimos manter tanto quali quanto quanti muito alto. Foram muitos projetos apresentados bons a ponto de me destacar como uma vereadora de oposição. Queremos construir uma bancada federal que seja de fiscalizar o Executivo e construir consensos que sejam bons para a população”.
Atualmente, a Câmara de Goiânia conta com cinco vereadoras. A quantidade de vereadoras mulheres na Câmara Municipal de Goiânia pode cair de cinco para duas, no melhor cenário, após o período eleitoral de 2022, caso as parlamentares que desejam se candidatar tenham sucesso nas urnas.
Apesar de reconhecer a importância de expandir a bancada feminina em outras casas legislativas, a vereadora Aava se defende e frisa que “não se responsabiliza pelas regras do processo eleitoral”.
“Disputando a eleição para a Câmara Federal, o alcance de mulheres representadas por esse mandato é muito maior que o cálculo de um suplente homem assuma. As regras eleitorais não podem penalizar a discussão que as mulheres tem se estabelecido no cenário federal”, ressalta.
Defensora de pautas conservadoras, Gabriela Rodart frisa que o tema de representatividade não tem a ver com o gênero, mas sobre as causas. “Hoje tenho muito mais apoio de conservadores homens. A representatividade não é o gênero masculino ou feminino. É sobre causas. Todos merecem ter seu pensamento respeitado”.
Cadeirante, advogado, economista e atual vereador de Goiânia, Willian Veloso é uma das apostas do PL como candidato a deputado estadual. Ele tem viajado pelos municípios goianos para propagar as propostas de campanha pensadas nas pessoas com deficiência (PcDs) e em toda a população goiana.
“O segmento da pessoa com deficiência nos 246 municípios do estado de Goiás clama por um representante tenha afinidade com a causa, que seja de preferência do meio. Tenho 38 anos que me tornei usuário de cadeira de rodas e perpassei em vários momentos em relação aos nossos direitos e muitas vezes encontramos a cidade sem acessibilidade. Mais uma vez foi buscado do segmento para que a gente amplie essa representatividade aos municípios na Alego mas também vamos continuar defendendo os nossos direitos na cidade de Goiânia”.
Apesar disso, Veloso explica que é um parlamentar do povo, e não de um segmento apenas. “As minhas pautas em defesa dos direitos das pessoas com deficiência são transversais e abrangem benfeitorias para a população como um todo. Trabalhar pela inclusão social, acessibilidade, mobilidade urbana e lutar contra a segregação e preconceito é automaticamente atuar em frentes que atenderão os interesses de crianças, jovens, gestantes, idosos e pessoas com ou sem deficiência”, afirma.
Depois de três mandatos como deputado estadual, o líder sindical da saúde em Goiás Mauro Rubem (PT) voltou à Câmara de Goiânia e é, sem nenhuma dúvida, o vereador mais combativo. Além do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO), tem forte mobilização também entre professores de todos os níveis. Em 2022, ele deseja retornar à Alego para combater a “ideologia bolsonarista”. “Fui convencido de que posso ajudar a tirar o país desse caos e tragédia que se instalou neste Brasil. Caso eu seja eleito, a minha suplente, Kátia Maria, vai dar continuidade dos nossos projetos aqui na Câmara Municipal”.