Reta final de pré-campanha vê debandada na disputa pelo Senado
27 julho 2022 às 10h44
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A eleição para o Senado em 2022 coloca em disputa um terço dos mandatos da Casa. Estão à disposição, cadeiras de senadores eleitos em 2014 ou suplentes que assumiram mandato ao longo da legislatura. Em Goiás, a vaga em disputa é a do senador Luiz Carlos do Carmo (PSC), que assumiu como suplente da vaga de Ronaldo Caiado (UB) em 2018, mas recentemente desistiu da pré-campanha. Antes interessado na reeleição, o senador optou por mudar os planos e, a princípio, não pretende disputar nenhum outro mandato. Além dele, outros nomes tem movimentado o entra-e-sai da disputa pela cadeira, a menos de duas semanas do prazo de definição das chapas, nas convenções partidárias.
O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) – que chegou a despontar como líder em pesquisas para o Senado – também desistiu da disputa, para lançar candidatura ao governo do Estado. Apesar do anúncio, no entanto, sua situação parece incerta. Reunião realizada nessa terça-feira, 26, que, entre outras pautas, poderia definir o futuro dele na campanha em 2022, terminou sem fim conclusivo. De acordo com o ex-governador, um novo encontro no diretório nacional tucano, em Brasília, acontecerá nesta quarta-feira, 27. A expectativa é de que a cúpula do PSDB defina o futuro da legenda no estado. Apesar de aliados torcerem pela pré-candidatura de Marconi ao Governo de Goiás, o diretório nacional do partido está reticente com a campanha e pode negociar o lançamento de candidatura a deputado federal, além de uma possível aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT).
Ainda na página das desistências, o antes pré-candidato ao Senado por Goiás Professor Pantaleão (UP) anunciou que não vai mais concorrer a vaga, por considerar que a candidatura para o governo de Goiás é mais viável. “Precisamos de uma plataforma política realmente de esquerda que faça o contraponto ao tempo dos coronéis. Entre as velhas oligarquias, um professor conhecido, com histórias de lutas, parece ser um boa ideia, rebelde e fundada no conhecimento da realidade”.
Apesar de ainda estarem com o nome disponível, outros pré-candidatos também estão com os rumos das futuras candidaturas incertos, movimentando diálogos antes das definições finais. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSD), por exemplo tem discurso de compromisso com a base do governador, mas não nega flertes e aproximações com outras legendas. Nas redes rociais, ele declarou ao longo da semana que fez uma análise sobre sua trajetória política e que o saldo é positivo, portanto, não recuará ‘diante das barreiras e obstáculos’.
“Fiz uma análise de nossa trajetória política e vi que o saldo é positivo. Sei que posso fazer mais por Goiás. Não estou sozinho. Estou atendendo ao chamado de um grupo forte e coeso e não recuarei diante das barreiras e obstáculos. Não desperdiçarei energia. Deus está no comando”, destacou Lissauer Vieira em publicação numa rede social.
Além do deputado estadual Lissauer Vieira, a base governista também conta com o nomes de Delegado Waldir (UB), Zacharias Calil (UB), Alexandre Baldy (PP), que já escolheu o nome de Chico Tomazzini (UB) para suplência.
João Campos (Republicanos) afastou-se de Caiado e agora apoia o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), o que acabou que gerando um racha na sigla do prefeito Rogério Cruz. Enquanto isso, Wilder Morais (PL) almeja o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao lado de Major Vitor Hugo (PL). Ainda no espectro de partido ligado à direita, aparece na disputa o empresário Leonardo Rizzo (Novo), que segue junto com Edigar Diniz (Novo).
Já pela esquerda, Manu Jacob (PSOL) e Denise Carvalho (PCdoB), por enquanto, são as únicas mulheres na disputa. Além delas, o ex-presidente da Associação dos Moradores do Conjunto Caiçara, Vanderlei Azevedo (PT) apareceu na última pesquisa Serpes divulgada pelo Jornal O Popular na sexta-feira passada, 22, com 3,1% das intenções de voto, empatado tecnicamente com o ex-senador Wilder Morais, do PL 3,4%. De lá para cá, teve agendas para tratar da pré-campanha, mas com muita discrição e pouco deu entrevistas.