Em duas décadas, desde a ascensão ao poder federal do Partido dos Trabalhadores (PT), com Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, a legenda em Goiás sempre teve o patamar de votos na média dos 10%. Naquele mesmo ano, o partido lançou no Estado a candidatura de Marina Santana, que terminou com 15,2% dos votos. Lula obteve 42,1% dos votos dos goianos, contra 27,9% de José Serra (PSDB).

Neste ano, conforme as últimas pesquisas eleitorais, o PT goiano não deve repetir a mesma votação dos últimos 20 anos. Para se ter ideia, o candidato do partido, o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Wolmir Amado, tem ficado abaixo dos 1% de intenções de votos. O segundo levantamento da Serpes/Opopular apresentou o petista com apenas 0,6%. Embora Lula esteja marcando 30,5% nas intenções de votos dos goianos, contra 45,1% do presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com o Paraná Pesquisas, divulgada no último dia 10.

Para o cientista político Robert Bonifácio, o PT ainda enfrenta rejeição de grande parte do eleitorado, devido à onda antipetismo nacional que iniciou em 2013, sendo fortalecida pela Operação Lava Jato. Além disso, ele lembra que em Goiânia a legenda tem uma imagem negativa, em decorrência da “péssima gestão realizada pelo ex-prefeito Paulo Garcia”. Somado a isso tudo, houve a tentativa fracassada em se criar uma frente ampla de esquerda com adversários históricos. “A executiva nacional forçou o diretório regional a fazer uma aliança com Marconi (ex-governador de Goiás), que acabou não vingando e, de quebra, desorganizou o partido para a disputa para o governo do estado”, salienta.

Em outros anos, tanto para as candidaturas a presidente quanto para as candidaturas ao Palácio das Esmeraldas, o PT em Goiás contava com um eleitorado cativo. Para se ter ideia, embora tenha perdido eleitores do primeiro mandato no Estado, para a reeleição, em 2016, Lula teve 40,17% contra 51,5% de Geraldo Alckmin (PSDB), atualmente candidato a vice-presidente de Lula. Naquele ano, o partido não disputou o Governo de Goiás. Assim como em 2010, quando Dilma Rousseff (PT) foi vitoriosa na disputa com José Serra (PSDB). Ela teve 42,23% dos votos goianos contra 39,48% do adversário tucano.

Em 2014, ao retorna a disputa no Estado, o PT terminou com 10,09% dos votos, quando lançou a candidatura de Antônio Gomide. A disputa ficou entre Marconi Perillo e Iris Rezende (MDB), 45,86% e 28,40%, respectivamente. No entanto, para presidente, novamente o PT registrou baixa, com Aécio Neves venceu com 41,54% dos votos dos goianos e Dilma, 32,10%.

Na última eleição nacional, a sigla em Goiás foi representada por Kátia Maria, que teve 9,16%. A vitória em primeiro turno foi de Ronaldo Caiado (UB), com 59,73%, contra Daniel Vilela (MDB), que teve 16,14%. Na corrida à presidência, Fernando Haddad foi derrotado no Estado por Jair Bolsonaro, foram 57,4% contra 21,86%.

Veja a trajetória do PT em Goiás nas últimas duas décadas

2022

Governo
Marina Santana – 15,2%

Presidente
Lula – 42,1%

2006

Governo
Não houve candidato na disputa

Presidente
Lula – 40,17%

2010

Governo

Não houve candidato na disputa

Presidente
Dilma – 42,23%

2014

Governo
Antônio Gomide – 10,09%

Presidente
Dilma – 32,10%

2018

Governo
Kátia Maria – 9,16%

Presidente
Fernando Haddad – 21,86%.