PF teria aliados de Lula na mira e PT estuda medidas de contenção

13 outubro 2022 às 10h54

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O PT está vivendo uma nova tensão na tentativa de eleger o ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto por mais uma oportunidade. Segundo informações divulgadas pela jornalista e colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, dirigentes do partido teriam recebido relatos de que uma operação da Polícia Federal poderia atingir aliados do ex-presidente a a poucos dias do segundo turno.
A colunista ouviu o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, que coordena a campanha de Fernando Haddad em São Paulo, além de participar da campanha de Lula. “Recebemos informações de que setores do Estado aparelhados pelo bolsonarismo estariam buscando forjar fatos que justifiquem operações bizarras contra nosso campo democrático”, revelou.
Diante disso, o PT já estaria estudando medidas judiciais para evitar que operações forjadas tenham o partido como alvo.
Alertas
Os sinais de alerta dentro do partido ficaram mais fortes após uma operação da PF que teve o governador de Alagoas Paulo Dantas (MDB-SP) como alvo, na última terça, 11. Apoiador de Lula, ele também é aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que faz forte oposição ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) no estado.
Além do fato recente, o PT também se baseia no histórico das ações contra o partido. Em 2018, Sergio Moro, ainda juiz, incluiu delação de Antonio Palocci em ação contra Lula e, a seis dias das eleições, levantou o sigilo do conteúdo.
Em 2020, então, o Supremo Tribunal Federal retirou a delação de Palocci da ação contra Lula. Na ocasião, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que tudo indicava que Moro quis criar um fato político dias antes da eleição.
O ministro Gilmar Mendes chegou a pontuar que o momento da divulgação dos fatos “parece ter sido cuidadosamente planejada pelo magistrado para gerar verdadeiro fato político na semana que antecedia o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018”.