No exterior, eleitores brasileiros defendem importância de participar das eleições
30 setembro 2022 às 12h25
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Em 2022, mais de 697 mil pessoas que moram em outros países poderão ir às urnas no próximo domingo, 2, e votar para os cargos de presidente e vice-presidente da República. O número representa um aumento de 39,21% em relação a 2018, quando foram realizadas as últimas Eleições Gerais. Neste ano, a votação ocorrerá em 181 cidades estrangeiras, de Xangai, na China, a Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Em abril, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a instalação de postos de votação fora da sede das embaixadas e repartições consulares em 21 países. A decisão atendeu a um pedido feito pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), que apontou a necessidade de criação de novas seções eleitorais para abarcar o índice crescente de eleitores que não votam no Brasil.
Vale lembrar que o voto é facultativo para menores de 18 anos, maiores de 70 e pessoas analfabetas. Sendo assim, brasileiros maiores de idade que residem no exterior devem cumprir as obrigações eleitorais e votar, ao menos, para escolher as candidaturas à Presidência e à Vice-Presidência.
Quem optar por manter o domicílio eleitoral em município brasileiro continua obrigado a votar em todas as eleições. Nesse caso, será necessário justificar as ausências às urnas enquanto estiver fora do país.
Responsabilidade política
Lisboa, Miami, Boston, Nagoya e Londres são os locais que concentram a maior quantidade de brasileiros aptos a votar no exterior. Na capital portuguesa, estão 45.273 pessoas habilitadas a comparecer às urnas em outubro. Uma delas é a educadora Marina Leite, de 29 anos.
Marina conversou com o Jornal Opção e destacou que exercer o poder de cidadania é essencial. “Apesar de não viver no Brasil, minha família e meus amigos estão aí. O Brasil será sempre o meu país. Quero ter orgulho de dizer que sou brasileira e, por isso, acho que votar nos candidatos que nos representam e que achamos que vão melhorar o país é nosso dever”, afirmou.
Apesar da distância, ela diz que acompanha constantemente o cenário político brasileiro. “Moro na Europa há cinco anos e muitas pessoas que convivi e ainda convivo também se interessam no cenário atual do Brasil”.
Um pouco mais distante, a produtora cultural Laura Bicalho, de 31 anos, mora na Austrália a 3 anos e classifica o cenário político brasileiro como “vergonhoso”. “A situação do país nesse momento é de esperança. Brasil está uma vergonha por conta de governo vergonhoso. A tensão é real, mas devemos acreditar que a democracia será feita e lutar por ela, seja aonde for”, frisou.
Ela ressaltou que mesmo longe do Brasil não deixa de seguir os noticiários nacionais. “Eu me sinto tão bem-informada quanto era morando no Brasil. Com toda tecnologia e mídias sociais, não se se informar sobre o Brasil é uma escolha pessoal. A minha escolha sempre foi me manter informada sobre meu país”.
Também morador da Austrália, o produtor de vídeo Guilherme Toscano, de 32 anos, aponta que o voto consciente contribui para o favorecimento econômico e social do Brasil. “Nós brasileiros que moramos fora do País temos uma responsabilidade de votar até para que a gente possa criar um ambiente favorável, caso queiramos voltar ao Brasil”.
Outras cidades
Em Nagoya, no Japão, 35.651 brasileiros que poderão escolher a candidata ou o candidato que ocupará a Presidência da República pelos próximos quatro anos. A capital da Inglaterra vem logo depois, com 34.498 eleitores. Em Miami e em Boston, estão, respectivamente, 40.189 e 37.159 eleitores que votam fora do Brasil.
Vaticano (Itália), Bamako (Mali) e Abuja (Nigéria), entre outros, por outro lado, são os lugares que detêm a menor quantidade de eleitores brasileiros: há somente uma pessoa que vota em cada uma dessas nações.
Perfil do eleitorado no exterior
Assim como ocorre no Brasil, as mulheres formam a maioria do eleitorado que vota em outros países. Nas 181 cidades em que serão realizadas as eleições, estão 408.055 (58,54%) eleitoras e 289.023 (41,46%) eleitores.
Em contrapartida, outro índice se comporta de maneira inversa: a maior parcela do eleitorado no exterior não tem a biometria coletada pela Justiça Eleitoral. São 567.466 (81,41%) eleitores nessa condição e outras 129.612 (18,59%) que já cadastraram as digitais na JE.
Grande parte dos eleitores brasileiros que poderão votar para presidente fora do território nacional tem entre 35 e 44 anos. No total, há 198.112 pessoas dentro dessa faixa etária.
Os jovens, contudo, também têm destaque dentro desse recorte. Nas Eleições 2022, poderão votar 691 eleitores que completarão 16 anos até o dia 2 de outubro, data do primeiro turno, e outros 1.144 que têm 17 anos.