Marussa Boldrin diz que ser escolhida por Zé Mario foi surpresa inesperada
02 setembro 2022 às 07h30
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Candidata a deputada federal pelo MDB, a vereadora de Rio Verde Marussa Boldrin (MDB) afirmou ao Jornal Opção que ficou surpresa quando soube que seria escolhida por José Mario Schreiner (MDB), para o substituir na candidatura. O parlamentar desistiu da reeleição para se dedicar mais à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Boldrim relatou que sofreu perseguições e teve que enfrentar muitos desafios desde que decidiu se candidatar nestas eleições. Segundo ela, houve ameaças do vice-prefeito do município, Dannillo Pereira (PSD), que também disputa uma das 17 cadeiras da Câmara Federal, com a poio do prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (União Brasil).
“Com trinta anos, eu falei eu acho que eu posso ter mais do que quatro ou cinco mandatos de vereadora. E eu coloquei meu nome para deputada estadual”, relembra. Boldrim cita que tem muita ligação com o grupo do deputado Zé Mário. “Eu sou muita ligada, devido a minha profissão, sou agrônoma, produtora rural. Tenho uma prestação de serviço na agricultura, que é um laboratório agrícola. Por isso, sempre tive um contato muito grande com ele. O Zé Mário era o meu federal, acredito que a lealdade que tive com o grupo, sempre levando o nome dele, me ajudou”, emendou.
Marussa explicou como surgiu o convite para representar a candidatura de Zé Mário, que no primeiro momento foi surpresa para ela. “Esse grupo (de apoio ao Zé Mário) chegou num ponto, eu não sabia, estava analisando uma pessoa para ser essa continuidade de trabalho do Zé Mário, porque o Zé Mário é o primeiro vice-presidente da CNA e o presidente da FAEG; e tinha desistido da reeleição”, conta, acrescentando que foi chamada para Goiânia, onde participar de uma reunião.
“Eu fui escolhida por esse grupo (do Zé Mário). Eu estava em uma mesa assim (aponta para o móvel da redação do Jornal Opção). E eles falaram assim: ‘Marussa, nós precisamos de você para ser o Zé Mário’ Eu respondi: ‘eu e mais quantos?’. Responderam: ‘não, é só você’. Aí eu falei: ‘não, vocês estão jogando comigo?’ e eles falaram: ‘não é você’. Eu falei: ‘então, eu aceito o desafio. Estou com vocês. E, a partir daquele momento, isso foi numa quarta-feira, no sábado, nós anunciamos que o Zé Mário não seria o candidato e a continuidade… porque ele (Zé Mário) não está saindo do cenário político… a continuidade do trabalho do Zé Mário é a Marusa”, frisou.
Após isso, ela salientou que foi ameaçada que não seria candidata, porque o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, queria indicar os próprios candidatos dele em Rio Verde. Para a Câmara Federal, o vice Dannillo Pereira, e para a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o filho Lucas do Vale (MDB). “Eu sofri uma perseguição pesada dentro do município, porque era do MDB deste sempre, já sou candidata pelo MDB, e sofri ameaças que eu não seria candidata, devido o prefeito… o MDB era de um grupo político, e o prefeito, quando teve a união do Caiado com o Daniel Vilela, o prefeito pediu o partido de volta”, comentou.
Paulo do Vale foi expulso do partido em 2018, por ter apoiado, na época, a candidatura de Ronaldo Caiado (UB), em detrimento a candidatura de Daniel Viela, ao Governo de Goiás. “Eu me mantive no MDB e ele, como foi expulso, deve ter falado: ‘agora quero o partido de volta, eu te aceito aqui, Daniel, mas, eu quero o partido de volta’. E houve um combinado à época, não comigo, que eu não seria candidata e o candidato seria da escolha dele (Paulo do Vale). Isso foi ventilado lá para os quatro cantos. Mas, eu falava assim: ‘eles combinaram, mas não combinaram comigo. Então eu vou trabalhar, quem vai me escolher é o povo”, afirmou.
Ao consolidar a decisão da disputa ao pleito, a parlamentar foi vítima de agressão verbal em um evento público no município. “O atual vice-prefeito me ameaçou na Tecnoshow. Eu até gravei um vídeo dele falando: ‘pode parar de fazer isso que você está fazendo aqui, que você não é candidata a nada’. Dei uma engasgada assim, mas, falei, sou, sou candidata. Então, ele falou assim: ‘você não é candidata e pode parar de fazer o que você está fazendo’ (campanha). Até minha irmã, depois, chegou lá e falou: ‘você não pode fazer isso com ela não. Você está ameaçando ela. ‘Fiz e faço de novo’ (respondeu Dannillo Pereira)”, relata a vereadora.