Marconi e Mendanha traçam aliança indireta, apesar de discurso de Braga

As campanhas de Marconi Perillo (PSDB) e Gustavo Mendanha (Patriota), que até poucos dias eram de adversários na corrida para o Palácio das Esmeraldas, agora ganha tons de aproximação, ainda que não formalizada. Por mais que o presidente do Patriota, Jorcelino Braga, declare que o ex-governador está atrapalhando a campanha de Gustavo Mendanha, aliados insistem na parceria e, nos bastidores de articulações, os dois buscam as mesmas bases e trabalham para obter os mesmos votos.

Na última sexta-feira, 5, integrantes da Associação Goiana dos ex-Prefeitos de Goiás (Agexp) tentaram por mais uma vez organizar encontro entre os dois, mas Braga vetou a aproximação e Mendanha teve que deixar o local, às pressas, antes da chegada de Marconi. O ex-governador, no entanto, deixou clara a relação com o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia. “Não deu certo para estar junto direto, mas estaremos por vias indiretas”, declarou aos presentes.

O nome de Marconi, no entanto, acumula desgastes desde a campanha de 2018, ano em que foi alvo da Operação Cash Delivery e chegou a ser detido pela Política Federal. Na avaliação de Braga – baseada em pesquisas internas feitas pelo partido – a aproximação do nome de Perillo teria consequências negativas e, ao invés de agregar, atrapalharia o projeto mendanhista. “Nossas pesquisas internas demonstram que essa aproximação pode destruir a campanha do Gustavo”, insiste o presidente do Patriota.

Como se a relação já não fosse problema suficiente, a campanha de Mendanha encontra dificuldades de deslanchar, desde a formatação da candidatura e a árdua jornada para encontrar um partido. A própria aliança construída com o candidato ao Senado João Campos (Republicanos), viu efeitos negativos, com rachas que não permitiram agregar a base republicana à campanha.

A presença do Senador na chapa, inclusive, é um dos problemas que impede o apoio público: com a candidatura de Campos, Mendanha não poderia se aproximar de um outro candidato ao mesmo cargo.

Independente disso, Marconi conseguiu adentrar nos espaços de Mendanha e articular o apoio entre os ex-prefeitos. No evento de anúncio de sua candidatura ao Senado, chegou a pedir a aliados que votassem na oposição, sem mencionar claramente nenhum nome, mas indicando a aproximação. A uma semana do início oficial da campanha, os dois estão incluídos nas mesmas bases, trabalham pelos mesmos votos, tem os mesmos objetivos e os mesmos discursos, mas ainda dizem estar separados.