Lideranças partidárias se reúnem em evento pró-Lula em Goiânia
13 outubro 2022 às 14h17
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O Partido dos Trabalhadores (PT) realizou na manhã desta quinta-feira, 13, em hotel de Goiânia, uma reunião para ampliar o palanque ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em solo goiano no segundo turno, com alianças de outras forças partidárias. Representantes de partidos que não tinham confirmado apoio no primeiro turno, como PSDB e Cidadania, compareceram. O objetivo do encontro, além disso, foi o de convergir siglas que defendem a democracia.
A reunião acontece num contexto em que forças bolsonaristas em Goiás articulam um forte palanque ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) que vai do senador eleito Wilder Morais (PL), passando pelo candidato derrotado ao Governo, Gustavo Mendanha, do Patriota.
“Vamos aumentar o palanque do PT em Goiás. O evento de hoje reuniu segmentos organizados da sociedade com objetivo de criar um debate e construir um resultado maior para o presidente Lula no segundo turno”, explicou a presidente do PT goiano, Kátia Maria, ao Jornal Opção.
Para atingir esse objetivo, ela disse que a frente pró-Lula conversa com todas as lideranças políticas. “Estamos conversando com todas as lideranças políticas que não estiveram no palanque do Lula no primeiro turno. Nós dialogamos com o meio católico, evangélico, agronegócio, além de partidos como MDB, PSDB, Solidariedade, Cidadania, PDT, temos lideranças até do União Brasil, enfim”, lista.
A presidente petista lista o temor de rompimento democrático como um dos sentimentos que move lideranças partidárias distintas a adotarem posicionamento pró-Lula em Goiás. “Estamos vivendo um momento de ampliação do movimento antidemocrático. Nós que defendemos democracia, comida na mesa de todos, devemos colocar no jogo político e se manifestar para o segundo turno”.
PSDB
O PSDB e Cidadania formaram uma federação nacional no primeiro turno. Apesar dessa aliança continuar, cada sigla deve tomar um rumo diferente nesse segundo turno. O PSDB liberou seus filiados, enquanto o Cidadania declarou apoio ao ex-presidente Lula. O presidente do Cidadania Goiás, Gilvane Felipe, lamenta a decisão do PSDB. “Nacionalmente, o Cidadania aprovou uma posição de derrotar o presidente Bolsonaro, de apoio a Lula. Já o PSDB, equivocadamente, liberou sua militância, o que concorre a dividir o partido”.
Ele explica que o Cidadania decidiu apoiar o ex-presidente Lula porque considera o presidente Bolsonaro uma ameaça à democracia. “Bolsonaro, nesses quatro anos, demonstrou o seu total desrespeito às instituições democráticas. Por causa de todo esse risco, vamos votar no número 13″, completou. “Tenho muita clareza de que precisamos vencer as eleições pra afastar qualquer risco futuro às liberdades”, disse Gilvane.
No primeiro turno, o Cidadania apoiou a candidata derrotada do MDB à Presidência, Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar com 4,16% dos votos válidos.
O PSDB Metropolitano já reforçou apoio ao PT no Estado neste segundo turno. Oficialmente, o partido também apoiou a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB), que teve como candidata a vice-presidente Mara Gabrili, do PSDB. A presidente da sigla em Goiânia, vereadora Aava Santiago, já havia manifestado apoio ao ex-presidente, de forma individual, e reiterou com presença e discurso no evento de hoje .
Aava explica que o posicionamento segue o mesmo entendimento de Simone Tebet. Para ela, um partido do tamanho do PSDB, que teve contribuições significativas para a democracia, para a redistribuição de renda, para o combate à desigualdade, para a ciência, para a Educação “tem que estar do lado certo da história, do lado que tem compromisso com esses valores”, diz.
No entanto, a parlamentar salienta que o apoio à candidatura não significa apoio ao governo, caso Lula seja eleito. O PSDB deve fazer o que chama de oposição responsável. “Estamos muito mais assumindo um compromisso com as premissas da verdade, de fortalecimento do direito, da democracia, do que apoio ao governo. Passadas as eleições vamos construir uma imagem independente, que saberá se posicionar para ajudar as pessoas, compondo com o governo quando for bom para o Brasil e fazendo uma oposição responsável quando for necessário. A escolha é pela preservação das instituições e do diálogo”, explica.
Membros históricos do partido em Goiás, como o ex-deputado Giuseppe Vecci, também manifestaram apoio a Lula já no primeiro turno. Para o segundo turno, houve reunião da Executiva, em que lideranças chegaram a uma “convergência de ideias”.
Confusão
Durante seu discurso de apoio ao ex-presidente Lula, Aava Santiago foi interrompida por uma militante bolsonarista, que se identificou como Kenia Melo. Infiltrada no evento, ela pediu a palavra e, com a câmera do celular ligada, questionou a vereadora sobre seu apoio ao petista, mesmo sendo evangélica.
Na resposta, Aava citou que, durante os governos Lula, a igreja nunca foi perseguida e que líderes do segmento religioso cresceram. A tucana lembrou, inclusive, que a mulher só conseguiu se posicionar porque estava em um evento democrático, porque se fosse ao contrário, nem teria tempo de fala.