O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liberou que os partidos possam lançar candidaturas próprias ao Senado, mesmo que estejam em coligação e apoiando o mesmo candidato ao Governo. Dessa forma, uma única chapa para governador pode ter vários candidatos a senador concorrendo separadamente. Um exemplo disso é a base de Ronaldo Caiado (UB), com Alexandre Baldy (PP), Delegado Waldir (UB) e Vilmar Rocha (PSD) apoiando a sua reeleição e concorrendo ao parlamento separadamente.

Em entrevista para o Jornal Opção, o cientista político e professor Guilherme Carvalho apontou que a mudança pode ser um novo fator nas eleições para o Senado. “Não é normal essa situação de candidaturas para senador. Por via de regra, há menos candidatos porque a lei institui que haja chapas majoritárias, na qual você precisa lançar governador, vice-governador e senador na mesma eleição”, explicou.

Guilherme destaca que o Senado é um “cargo de prestígio”, no qual grandes figuras políticas estão presentes e que existe uma grande importância institucional. Fora que é um mandato de oito anos. Todos esses fatores valorizam o cargo de senador aos olhos dos políticos por diversas razões.

Com as candidaturas avulsas, buscar um pleito no Senado Federal ficou muito mais fácil e barato para os políticos. Fora que uma campanha para senador ainda pode virar uma outra estratégia política, segundo o cientista.

“Muitos anunciaram candidaturas ao Senado para mostrar à opinião pública que possuem corpo para a disputa, em busca de mais votos e de gerar um engajamento no debate público. Se apresentaram como candidatos a senador para tentar largar na frente ou demonstrar força para depois buscarem uma vaga como deputado federal”, apontou Carvalho.

Entretanto, o professor conta que ainda existe um problema com a nova estratégia de candidaturas avulsas. “Por enquanto, você só tem o parecer do Tribunal Superior Eleitoral a respeito da possibilidade de lançar candidatura para fora da chapa majoritária. Que é o cerne desse problema e o torna a linha agora muito tênue”, ressaltou o professor.