O senador pelo estado de Vermont e um dos principais ícones da esquerda dos Estados Unidos, Bernie Sanders, defendeu que o país suspenda as relações diplomáticas com o Brasil, caso ocorra um golpe de Estado depois das eleições de outubro. Em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, o parlamentar também contou que apresentará um projeto para o Congresso americano para que vencedor do pleito brasileiro seja reconhecido imediatamente,

“O povo brasileiro é quem vai decidir quem será o próximo presidente. É decisão deles, não dos Estados Unidos e nem mais de ninguém”, disse o senador sobre a soberania do Brasil. “Mas, se o resultado se desdobrar em algo ilegal, se houver golpe militar que coloque um governo ilegal no lugar, os EUA precisam deixar isso muito claro: o Brasil não terá apoio, financeiro ou de qualquer outra forma”, completou

Sanders também afirmou para o jornal paulista que a sua ideia é fazer com que o seu país não deixe o Brasil encontrar qualquer apoio, em caso de golpe após as eleições. Ou seja, o fornecimento de qualquer ajuda financeira ou militar seria interrompido. “O Brasil é a quarta maior democracia do mundo e o maior país da América Latina, é essencial que a democracia continue a existir”, explicou o parlamentar americano.

Apesar de ser crítico do presidente Jair Bolsonaro e de ter elogiado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o político de 80 anos garantiu que a sua defesa pela democracia não é partidária. “Eu não quero me envolver. O que eu estou fazendo não é contra ou a favor de Lula, contra ou a favor de Bolsonaro. Só quero garantir que os Estados Unidos jamais apoiem um governo ilegal”, afirmou o representante de Vermont.

Bernie Sanders também contou que as eleições brasileiras começaram a chamar a sua atenção em julho, após ser alertado por uma comitiva de entidades da sociedade civil brasileira. A iniciativa foi liderada pelo grupo Washington Brazil Office que viajou para a capital americana e alertou os líderes políticos sobre a situação do Brasil.