O Governo de Goiás vai lançar programa de capacitação tecnológica para pessoas em vulnerabilidade. “Em 2024 implementaremos o Programa Cidadão Tech, que ofertará cursos gratuitos de capacitação a segmentos socioeconomicamente vulneráveis em todo o estado. Em escala piloto, iniciaremos com os idosos, que têm sofrido com golpes cibernéticos e, muitas vezes, são vítimas e, ao mesmo tempo, vetores de fake news”, disse Robert Bonifácio, subsecretário da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Secti).

Em café da manhã com representantes da imprensa de Goiás na manhã desta terça-feira, 5, o governador Ronaldo Caiado reafirmou o compromisso em investir em ciência e educação. O Estado, que é o segundo mais digitalizado do país, tem feito parcerias para fornecer capacitação profissional e tecnológica para os goianos.

A Everest digital, empresa do Grupo Soluti, é a primeira a fechar parceria com o governo de Goiás num projeto pioneiro de oferta de estágios e residências na área de tecnologia para alunos das Escolas do Futuro de Goiás (EFGs). A iniciativa ajudará a resolver a carência de mão de obra especializada na área de Tecnologia da Informação (TI) em Goiás e dará aos alunos a perspectiva de ingressarem em um mercado de trabalho que tem salários atrativos e diversas possibilidades de crescimento profissional.

“As Escolas do Futuro têm estrutura de primeiro mundo, e não estou exagerando. Quem já estudou ou visitou alguma das escolas provavelmente tem a mesma opinião. Além disso, a oferta de cursos tem forte apelo tecnológico, é antenada às demandas da indústria 4.0 e possui o carimbo de excelência da UFG, nossa parceira na operacionalização das escolas”, explicou Robert.

Atualmente, Goiás conta com seis EFGs, sendo cinco delas de ensino de tecnologia – Raul Brandão de Castro (Mineiros), Paulo Renato de Sousa (Valparaíso de Goiás), José Luiz Bittencourt (Goiânia), Luiz Rassi (Aparecida de Goiânia) e Sarah Luísa Lemos Kubitschek de Oliveira ( Santo Antônio do Descoberto) – e uma de ensino de arte – Basileu França (Goiânia).

O subsecretário da Secti informou que a equipe está sempre em contato com deputados, prefeituras e outros agentes que demonstram interesse em abrigar uma Escola do Futuro em sua cidade, mas até o momento ainda não há qualquer previsão de abertura de nova unidade. “O momento é de consolidar as escolas que possuímos, até porque uma delas, a de Valparaíso, foi inaugurada em outubro e outra, de Mineiros, será inaugurada em breve”.

Obstáculos para a transformação digital

“O Brasil, e quiçá o mundo, vive um período de retração de procura de ensino formal, em todos os níveis. Desde 2020 a quantidade de matrículas vêm caindo e a taxa de evasão é preocupante, reflexos das consequências da pandemia e da mudança geracional. Por conta disso, estamos implementando políticas para permanência dos atuais alunos e criando novos projetos, em parceria com a Secretaria de Educação, com os Institutos Telles e Sonho Grande e com a Fundação Telefônica Vivo para atrair uma grande massa de estudantes”, explicou Robert.

A oferta de cursos se dá a partir de trilhas formativas, ligadas às seguintes áreas: economia criativa, desenvolvimento web e mobile, aprendizado de máquinas, marketing e mídias sociais e empresas digitais. Segundo a Secti, é promissora a oferta de cursos nas áreas agrária e de bioeconomia, todos com uma pegada tecnológica. A secretaria avalia a possiblidade e diz que tem muitas novidades para 2024.

Na última semana, o Governo de Goiás lançou dois programas para aumentar a qualidade e o número de vagas de cursos técnicos na área de tecnologia em Goiás: o Jornada para o Futuro e o Pense Grande Tech. O Jornada para o Futuro é um programa piloto que vai permitir que alunos saiam do ensino básico já com um diploma técnico de Desenvolvimento Web e Cyber Security, o que favorece a entrada no mercado de tecnologia, área que oferece alguns dos melhores salários atualmente.

Já o Pense Grande Tech vai oferecer o curso de Ciência de Dados nas Escolas do Futuro de Goiás. O programa é uma parceria entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e a Fundação Telefônica Vivo e será ofertado, como projeto-piloto, em três EFGs a partir de 2024: Goiânia, Aparecida de Goiânia e Santo Antônio do Descoberto. A princípio, serão disponibilizadas duas turmas por unidade, cada uma com 30 vagas.

Robert explica, no entanto, que a transformação digital deve vir acompanhada de democratização do acesso à tecnologia. “O mundo se tornou muito tecnológico e as novidades em escala global surgem com muita rapidez. A despeito de sermos o segundo estado do país com mais usuários de internet, uma parcela significativa ainda está à margem desse mundo e não pode ficar para trás”, finalizou.