O Estado de Goiás terá 25 novos Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) em 2024. “Vamos ter 11 centros de ensino em período integral com cursos técnicos na área de administração, química, informática, marketing e outros. Além dos outros 14 centros que terão o curso técnico desenvolvimento web e cybersegurança que é em parceria com a Secti e com as Escolas do Futuro”, disse Bianca Pereira gerente de educação integral da Secretaria de Estado de Educação de Goiás (Seduc).

No último mês, o Governo de Goiás lançou dois programas para aumentar a qualidade e o número de vagas de cursos técnicos na área de tecnologia em Goiás: o Jornada para o Futuro e o Pense Grande Tech. O primeiro oferece, de forma inédita, um curso técnico na área de tecnologia em conjunto com o ensino médio regular da rede pública estadual; o segundo cria um novo curso técnico de ciência de dados nas Escolas do Futuro de Goiás (EFGs). Juntas, as duas iniciativas vão atingir quase 3 mil alunos.

“Nós temos robótica em muitas das nossas escolas, temos eletivas de empreendedorismo, mas não o empreendedorismo para que ele vá trabalhar imediatamente, mas que ele entenda o que que é o trabalho, o que que é a ética no trabalho”, explicou Bianca.

A rede estadual de ensino de Goiás está prevista para abrir 16 mil novas vagas em período integral até o próximo ano, como parte da participação do estado no Programa Escola em Tempo Integral do Governo Federal. Nas redes municipais, 166 das 246 cidades, ou 66%, também aderiram à iniciativa. A política busca expandir as matrículas nas escolas de educação básica em todo o Brasil, por meio de uma contrapartida da União aos estados e municípios.

Programa Escola em Tempo Integral

O Programa Escola em Tempo Integral é uma estratégia do Governo Federal com fomento financeiro e apoio técnico para viabilizar o alcance da meta 06 do Plano Nacional de Educação 2014-2024 (Lei nº 13.005/2014), política de Estado construída pela sociedade e aprovada pelo Parlamento brasileiro.

Sua finalidade é estimular a criação de matrículas na educação básica em tempo integral, considerando os estudantes em maior situação de vulnerabilidade social, na perspectiva da educação integral e alinhada à BNCC.

A ampliação do tempo integral, igual ou superior a sete horas diárias ou 35 horas semanais, tem como propósito a perspectiva do desenvolvimento e formação integral de bebês, crianças e adolescentes a partir de um currículo intencional que amplia e articula diferentes experiências educativas, sociais, culturais e esportivas em espaços dentro e fora da escola, com a participação da comunidade escolar.

Para o Governo de Goiás, o programa estadual Bolsa Estudo, que concede bolsa de R$ 111,92 a alunos do ensino médio, deveria ser reajustado aos alunos de escolas de período integral. Segundo Bianca Pereira, a proposta está integrada no novo programa da Seduc e estará atrelada ao Cadastro Único (CadÚnico).

“Nós temos as refeições dentro dessas escolas, então a gente oferece o almoço e no duplo turno a janta. A gente não quer ir para esse ponto assistencialista, mas nós sabemos que isso faz a diferença para as famílias”, disse a gerente de educação integral da Seduc. Segundo Bianca, a proposta é fundamental para diminuir a evasão escolar.

Com a pandemia, as evasões escolares resultaram de diversas situações, não apenas relacionadas ao emprego, já que muitos estudantes não tinham condições de trabalhar durante esse período. Após a pandemia, a sociedade empobreceu, o que exigiu um reforço na presença física nas escolas. Em resposta a essa necessidade, algumas escolas, que originalmente operavam por nove horas, foram ajustadas para um horário de sete horas.

De acordo com a Seduc, a transição para um horário reduzido visa fortalecer o retorno presencial das escolas. A implementação desse novo horário, prevista para 2024, busca proporcionar aos estudantes do ensino médio a oportunidade de conciliar seus estudos com a possibilidade de se tornarem jovens aprendizes, auxiliando assim suas famílias por meio do trabalho.

Histórico do programa de escolas em tempo integral

O Estado de Goiás implementou o programa de escolas em tempo integral desde 2006. Diversos modelos foram introduzidos desde então. Em outubro de 2026, o Ministério da Educação (MEC) lançou o programa de fomento ao Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), incentivando escolas nos estados a adotarem o ensino médio em tempo integral. Na época, Goiás incorporou 28 escolas nesse modelo.

Ao longo dos anos até 2019, foram emitidas portarias adicionais, ampliando o número de escolas de ensino médio em tempo integral. Contudo, tanto o governo federal quanto o estadual perceberam a necessidade de começar desde o início, abrangendo a educação infantil, o ensino fundamental I e II. Assim, foi lançado o programa de Escolas em Tempo Integral, visando apoiar tanto municípios quanto estados, desde a creche até o ensino médio.

O Estado enfrenta uma alta demanda para o ensino fundamental anos finais, compartilhando essa responsabilidade com os municípios, enquanto o ensino médio permanece sob sua gestão. Essa abordagem busca promover a cultura de escolas em tempo integral na sociedade.

A adesão ao programa resultou em um aumento significativo de matrículas de estudantes do sexto ao primeiro ano. Em 2024, está prevista a abertura de 16 novas escolas, operando em um período de sete horas. Os modelos incluem centros de ensino em período integral, com nove horas de funcionamento, e duplo turno de sete horas, especialmente presente na região do entorno de Brasília. O duplo turno de sete horas opera das 7h às 14h15 e, posteriormente, das 14h30 às 21h. Além disso, há o modelo de sete horas mais parcial. Essas iniciativas refletem o compromisso do Estado em proporcionar uma educação abrangente e integral.