Crise na educação: servidores administrativos entram em greve em Aparecida de Goiânia
12 março 2024 às 10h12
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A crise na educação se agravou nesta terça-feira, 12, em Aparecida de Goiânia. Depois de tentativas frustradas de acordo durante assembleias com a prefeitura do município, os profissionais da área administrativa entraram em greve.
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Os profissionais exigem melhores condições de trabalho e pagamentos retroativos, relacionados ao piso atualizado de 2015. O Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Goiás (Sintego) afirma que os valores atualizados giram em torno de R$ 18,6 milhões.
A cifra, conforme a prefeitura, excede mais de seis vezes os números levantados pelo município, que é de pouco mais de R$ 2,8 milhões. A greve foi anunciada no último dia 7, data em que quase 50 unidades de ensino infantil e fundamental paralisaram, mas começou nesta terça-feira.
Greve ilegal
A ação, no entanto, é ilegal perante o TJ-GO. O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Vicente Lopes, que atua na 2ª Câmara Cível da Capital, emitiu na noite desta segunda-feira, 11, decisão favorável à prefeitura determinando a ilegalidade da greve dos servidores administrativos.
Com a decisão de ilegalidade da greve, em caso de descumprimento, o Sintego poderá ser condenado a pagar uma multa de R$ 50 mil por dia de paralisação das atividades escolares. O desembargador declarou que a mobilização só poderia ser deflagrada mediante um plano que garantisse a continuidade da prestação dos serviços aos estudantes.
A Prefeitura de Aparecida de Goiânia, em nota, disse que vem buscando manter o diálogo com o sindicato e espera chegar à solução do impasse. O município disse ainda que na semana passada, o prefeito Vilmar Mariano recebeu os representantes dos servidores e ficou estabelecido junto com a categoria um tempo para realizar o recálculo e fazer o levantamento dos valores devidos.
Assembleia de professores
Os professores devem se reunir em nova assembleia nesta quinta-feira, 14, para discutir se vão aderir à greve ou não. Um requerimento dos profissionais do ensino é o valor atualizado do piso do professor, atualmente na casa de R$ 4,5 mil.
Os profissionais, porém, afirmam que recebem pouco mais de R$ 3,8 mil mensais. Ou seja, uma média de R$ 8 mil a menos por ano. Os professores chegaram a dizer ainda que alguns Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei) carecem de vagas e até de merenda para as crianças. O déficit na educação infantil em 2023 girava em torno de 8 mil.
A prefeitura informou que propôs o aumento de 3,62%, índice estabelecido pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC) no vencimento de abril e o pagamento da diferença em duas parcelas, nas folhas de pagamento dos meses de maio e de junho.