Pode-se sustentar que Ronaldo Caiado faz uma gestão diferenciada de outros governadores?
19 dezembro 2021 às 00h00

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O trabalho de inclusão social e a probidade administrativa valem um governo. No campo da saúde e da educação, houve um grande avanço
A gestão do governador Ronaldo Caiado (DEM) completa três anos na sexta-feira, 31. A pergunta é: trata-se de um governo diferenciado ou de um governo como outro qualquer?
Este Editorial vai discutir alguns pontos. Ronaldo Caiado é um político liberal, adepto da tese de que Estados “inchados” podem contribuir para a paralisação da economia, consequentemente da sociedade. Porém, assim como o sociólogo e ensaísta José Guilherme Merquior, o gestor goiano sabe que, num país com tantas demandas sociais, não há como adotar o liberalismo ortodoxo. Os indivíduos, notadamente os pobres — uma pobreza de matiz histórico —, precisam do amparo do Estado, em várias áreas. Por isso, como Merquior propunha, o governante do Democratas professa, no poder, uma espécie de liberalismo social. Ele enxugou o Estado, mas não para colocá-lo exclusivamente a serviço dos empresários — como alguns governantes do país, e inclusive de Goiás, fizeram no passado —, e sim para disponibilizá-lo para a sociedade.
Pode-se sugerir que Ronaldo Caiado desprivatizou o Estado e o recolocou a serviço da sociedade. O que é um avanço extraordinário. Os que têm posses, que não precisam tanto do Estado, nem sempre percebem o que está acontecendo e, por isso, às vezes tendem a desmerecer aquilo que está sendo feito.

O governo de Jair Bolsonaro patina na questão social, quiçá por obedecer cegamente a uma ideologia mais reacionária do que, na verdade, liberal (o liberalismo não é reacionário — é progressista). Em Goiás, ocorre o contrário.
O programa Mães de Goiás repassa 250 reais mensais para mães que têm filhos de zero a 6 anos de idade. Para alguém das classes média e alta, parece irrisório. Para uma família pobre é crucial para alimentar suas crianças. 100 mil mães são atendidas.
A pandemia da Covid-19 refluiu, mas não acabou. A crise provocada pelo vírus, que desarticulou as famílias pobres ainda mais, persiste. Ou melhor, a pandemia deixou uma crise instalada e, também, agravada. Há famílias que não conseguem sequer pagar seus aluguéis. Por isso o governo de Goiás criou o Pra Ter Onde Morar — que repassa, inicialmente para 30 mil famílias, 350 reais por mês. O atendimento está sendo ampliado. Agindo assim, o governo contribui para melhorar a vida de milhares de pessoas, dando-lhes uma rede de proteção social, e evita a ampliação da crise.

Nas escolas públicas estaduais de Goiás os alunos recebem uniforme completo (inclusive com tênis), mochilas e Cromebooks (60 mil e o governo vai disponibilizar mais). O que se está oferecendo aos alunos das escolas é aquilo que os das escolas particulares têm, às vezes de sobra. Com o Cromebooks podem fazer pesquisas e ampliar aquilo que aprendem em sala de aula. Pode-se dizer que, com acesso à internet, os estudantes do setor público do Estado estão “incluídos”. Além disso, a merenda nas escolas é de qualidade e constante. A partir de dezembro, o governo vai oferecer 100 reais para cada estudante do ensino médio, desde que sua frequência seja comprovada em sala de aula. Os professores e funcionários da Educação recebem bônus. Frise-se que a evasão escolar, imensa em outros Estados, em Goiás vem sendo contida. Porque, possivelmente, os alunos se sentem acolhidos, há uma sensação real de pertencimento. Percebe-se que há amparo por parte do governo. Um dos mais importantes resultados é que Goiás é o primeiro colocado nacional no Ideb.
O Detran criou a CNH Social, ou seja, o governo não cobrou nada de 17 mil motoristas. Eles conquistaram suas carteiras de habilitação sem nenhum custo. No próximo ano o governo vai oferecer mais 22 mil carteiras. É mais uma ação social que beneficia os que não têm (ou têm escassas) posses.

Por intermédio da Agência de Habitação, o governo entregou cinco mil casas para pessoas pobres e sete mil estão em construção. O governo também apoia a reforma de imóveis.
O que John Maynard Keynes e o brilhante Celso Furtado diriam de um liberal como Ronaldo Caiado? Certamente que ao estadista cabe resolver problemas reais e não colocar a ideologia como norte da gestão. Ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, que governa de maneira excludente — porque a ideologia, de direita, está acima dos interesses globais do país (o que inclusive está prejudicando os negócios dos produtores rurais e dos empresários brasileiros com a China) —, Ronaldo Caiado faz uma gestão de inclusão, fortalecendo os agentes econômicos e criando uma rede de proteção para os pobres. Há de se observar que pequenos empresários estão recebendo apoio do governo tanto para reerguerem quanto para ampliarem seus negócios. O que parece meramente uma ação econômica é, também, uma ação social. Os pequenos empresários movimentam o mercado e geram empregos (o país tem cerca de 15 milhões de desempregados, sem contar os subempregados).

Se vivos, Keynes e Celso Furtado diriam que há uma espécie de Estado do Bem-Estar em Goiás, e em processo de ampliação. A inclusão social é um fato (o Estado para todos, e não para grupos de pressão e interesses). Os que são contrários ao governador deveriam examinar — de perto — o que está fazendo. Certamente entenderão por que, enquanto muitos deblateram nas redes sociais, a partir mais de opiniões do que de fatos e argumentos, a maioria da população aprova o governo de Ronaldo Caiado.
Compliance/transparência
Ao contrário de outros governos, o de Goiás adotou um eficiente sistema de compliance. As pessoas de todo o governo sabem que todas as ações — de compras, por exemplo — são, em nome do interesse público, monitoradas, estão sob escrutínio. O resultado é que as compras do governo se tornaram menos dispendiosas e não há propinas.

Se há uma reclamação ou um pedido de informação dos cidadãos, os funcionários precisam responder de imediato, e não de maneira protocolar. É preciso informar adequadamente e, se for necessário, revolver os “problemas” apresentados pelos indivíduos. Ouvir o cidadão corretamente, dando-lhe a importância devida, é outro mérito do governo. Pode-se falar que funcionários e executivos, como secretários, não ficam mais em “bolhas” isolados das pessoas.
Em certos governos, as obras são caríssimas, às vezes com aditivos criminosos. No atual governo, as obras ficaram mais baratas e, paradoxalmente, ganharam em qualidade. O governo fiscaliza, de perto, o que se faz. Os velhos lobbies — grupos chantagistas de pressão — perceberam que não adianta ameaçar e espernear. A Goinfra tem dado resposta adequada à melhoria e a ampliação da infraestrutura. Licitações não demoram como antes e, como dizem os próprios empreiteiros, instalou-se a decência nos negócios públicos de Goiás. Há negócios, mas não negociatas. Não há escândalos.

Ao se preocupar com a lisura da coisa pública, Ronaldo Caiado reposicionou o Estado, a partir das contas organizadas, para pagar em dia tanto os funcionários públicos quanto aqueles que comercializam serviços e produtos com o governo. O pulso firme do governador contribui, de maneira decisiva, para espantar os lobistas (muito deles, por sinal, operando para pré-candidatos a governador, com o objetivo de tentar reinstalar a República da Propina e dos Aditivos).
Saúde e Covid-19
Recentemente, num encontro com jornalistas, Ronaldo Caiado expôs um lancinante relato de um paciente real. Abordando o governador, ele disse: “Quando vou fazer hemodiálise em outra cidade, bem distante da minha, é como se perdesse a metade do corpo e da alma”. Para resolver este tipo de problema, da maior gravidade, o governador inaugurou três policlínicas e vai criar mais três. O objetivo é criar um sistema de saúde eficiente em todo o Estado.

Antes da pandemia do novo coronavírus, só havia UTIs em Goiânia e Anápolis. Hoje, há UTIs em todo o Estado. Foram colocadas no período de maior incidência de internações por causa da Covid-19, e, mesmo com a redução das contaminações, foram mantidas. As unidades de saúde são, portanto, dotadas de uma estrutura adequada — e que, insista-se, não havia antes. Em Goiânia, a área neonatal do Hugo ganhou 11 UTIs.
Durante a fase aguda da Covid-19, antes da vacinação, morreram milhares de pessoas e a maioria dos internados sobreviveu. Médico, Ronaldo Caiado percebeu, desde o início, a gravidade da doença e investiu milhões na criação de infraestrutura e na qualificação do atendimento. Provou que é um humanista. Nunca descuidou da questão econômica, inclusive devido aos empregos, mas, desde sempre, colocou a vida acima de quaisquer outras questões. Por isso é que dizem, entre os populares, que o governador “gosta de gente”.

Segurança pública
É preciso ser justo. No governo anterior, o ex-governador Irapuan Costa Junior, como secretário de Segurança Pública, foi duro com a criminalidade. Mas, a rigor, foi a exceção, não a regra. No atual governo, o crime organizado tem sido, com firmeza, enquadrado — tanto que está preferindo atuar em Estados nos quais há mais leniência com a criminalidade.
A Secretaria de Segurança Pública age no campo da prevenção, com um setor de Inteligência altamente eficiente. Mas não só. O combate direto ao crime é considerado um dos mais eficazes do país. Na defesa da sociedade, dos cidadãos de bem, a polícia tem sido dura. Mas sem desrespeito às leis. As quadrilhas de furtos e roubos de carros — que agem em todo o país, até com conexões em países como Paraguai e Bolívia — foram desbaratadas. Nunca se apreendeu tanta droga quanto na gestão de Rodney Miranda na SSP. O governador deu carta branca para a polícia defender o cidadão de bem.

Crescimento econômico
O governo de Goiás investe pesado no social, incentiva a expansão dos negócios dos pequenos empresários e atrai grandes empresas para seus distritos. Resultado: a economia do Estado cresce mais do que a do país.
Max Weber, o célebre sociólogo alemão, defendia o primado dos políticos profissionais, vocacionados. Ronaldo Caiado, assim como Mauro Borges, Irapuan Costa Junior e Iris Rezende, é um político vocacionado para o serviço público. Sua firmeza, que não é arrogância nem autoritarismo, decorre de que trata o governo como coisa pública, quer dizer, da sociedade. Ele se percebe como um representante da sociedade, e não de lobbies. É um dos seus principais diferenciais.

Pode-se concluir, portanto, que, em apenas três anos, Ronaldo Caiado instalou um governo diferenciado em Goiás. Simplesmente porque desprivatizou o Estado, colocando-o, vale insistir, a serviço da sociedade, que dizer, de todos.
O sucesso do governo se deve, em larga medida, ao governador Ronaldo Caiado. Ele montou uma equipe eficiente, com a prevalência de técnicos capacitados e com alto espírito público. Entre eles devem ser citados: Cristiane Schmidt (que, com pulso filme, controlou os custos do governo, mas sem sacrificar as áreas essenciais, como saúde, educação e social), da Secretaria da Economia; Ismael Alexandrino, da Secretaria da Saúde (sua luta no combate à pandemia, ao lado de Ronaldo Caiado, é uma história a ser contada, talvez até em livro); Pedro Sales, da Goinfra (é visto como um dos craques do governo); Adriano da Rocha Lima, da Secretaria-Geral da Governadoria; Wellington Matos de Lima, da Secretaria de Desenvolvimento Social; César Moura, das secretarias da Retomada e da Cultura; Tony Carlos, da Secretária de Comunicação; Fátima Gavioli (tida como altamente eficiente), da Secretaria da Educação; Marcos Roberto, do Detran (o advogado tornou o órgão uma república da probidade) e Rodney Miranda, da Secretaria de Segurança Pública. Finalmente, é preciso falar de Gracinha Caiado, que não é mera primeira-dama. Ela atua no campo social contribuindo, com sua experiência e autoridade, para a integração dos programas. Firme contra a burocracia, é uma pessoa que aprecia resolver problemas e melhorar a vida das pessoas humildes.