Dados da Radiografia do Endividamento das Famílias nas Capitais Brasileiras – estudo feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostram que aumentou o porcentual de famílias endividadas no país. O levantamento iniciado em 2010 atingiu a marca da série histórica de 78% das famílias com dívidas nas capitais brasileiras.

Ao todo, 13,1 milhões de lares possuíam alguma dívida ao fim do primeiro semestre deste ano. O número é 1,16 milhão a mais do que no mesmo período do ano passado. A radiografia avalia o comportamento dos lares brasileiros em relação à administração das condições financeiras e à utilização das opções de crédito.

O levantamento de informações ocorreu durante três períodos. Durante a primeira metade do ano de 2020, quando foram impostas as restrições mais rigorosas visando ao controle da pandemia; o primeiro semestre de 2021, que mesclou o período mais mortal da pandemia com o início da vacinação e a reabertura das atividades; e o primeiro semestre de 2022, momento em que havia um cenário de vacinação e de retomada das atividades econômicas já consolidado e volta à normalidade.

Na edição anterior do estudo, a FecomercioSP alertou para um quadro de deterioração da saúde financeira das famílias brasileiras. Na época, houve preocupação quanto à trajetória futura dos níveis de endividamento e inadimplência em uma conjuntura de queda da renda, elevação da taxa básica de juros e inflação de dois dígitos.

Quando o primeiro semestre deste ano se encerrou, a renda média das famílias nas capitais brasileiras já havia caído 3,9% em comparação ao mesmo período de 2020. O valor médio de R$ 8.327, em junho de 2020, passou para R$ 8.031, em junho do ano passado, e R$ 8.001, neste ano.