A Medida Provisória (MP) alternativa ao IOF, que eleva imposto sobre investimentos, entre outras medidas, pode não ser aprovada pelos partidos do Centrão. O movimento desses partidos se posicionarem em bloco ganhou força, após declarações do presidente do PP, Ciro Nogueira. Por outro lado, interlocutores do governo afirmam que, caso a MP não prospere, a saída para o Orçamento pode ser corte de gastos, inclusive emendas.

Republicanos e PL também avaliam adotar a mesma estratégia. Juntos, os três partidos somam 183 deputados. Para ser aprovada na Câmara, a medida precisa de 257 votos. A MP vence nesta quarta-feira, 8 – sendo que a comissão mista do Congresso teve um resultado bastante apertado, 13 votos a favor e 12 contra, nesta terça, 7.

No governo, o clima é de apreensão. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes partidários admitem que o cenário é difícil. Após as mudanças realizadas pelo relator, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a avaliação é que o problema não é mais de texto, mas político.

As receitas previstas na versão original da MP já são consideradas no Orçamento de 2025 e 2026. Para este ano, a arrecadação esperada é de cerca de R$ 10 bilhões, enquanto, no ano que vem, com as mudanças, deve ficar em cerca de R$ 17 bilhões.

Aliados de Lula dizem que pode ser necessário contingenciar recursos no Orçamento deste ano. No caso de congelar R$ 10 bilhões, seriam R$ 2,5 bilhões em emendas.

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