Exportações de carne caem por conta de baixa demanda da China
Rafael Rodrigues
19 julho 2023 às 09h45
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No primeiro semestre deste ano, o Brasil reduziu suas exportações de carne bovina devido a um menor apetite da China por compras e à diminuição nos preços pagos pelo produto. O mercado chinês é responsável por quase 50% das importações do setor e também será determinante para uma possível recuperação nos resultados até o final do ano.
Dados do governo federal, compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e divulgados recentemente, mostraram que as vendas externas de carne bovina do Brasil (tanto in natura quanto processada) atingiram 1,076 milhão de toneladas entre janeiro e junho, registrando uma leve queda de 1% em comparação com o mesmo período do ano passado. A receita também sofreu uma queda, sendo mais expressiva, com uma diminuição de 21% no período, totalizando US$ 4,937 bilhões.
O resultado das receitas foi influenciado pelo menor valor pago pela carne bovina no mercado internacional e pelo enfraquecimento da demanda chinesa. Esses fatores impactaram negativamente as exportações brasileiras. O Brasil está atento à evolução do mercado chinês e espera uma possível retomada nas vendas de carne bovina nos próximos meses, mas isso dependerá da dinâmica e das demandas do mercado chinês.
Valores
De acordo com a Abrafrigo, a queda nas exportações de carne bovina brasileira no primeiro semestre deste ano foi fortemente influenciada pelos preços médios, que diminuíram de US$ 5.740 por tonelada no primeiro semestre de 2022 para US$ 4.585 no primeiro semestre deste ano, uma redução de 20%.
A entidade destacou que a queda no poder de compra dos consumidores na China e os altos níveis de estoque levaram os importadores chineses a pressionarem por reduções nos preços da carne. No acumulado do primeiro semestre deste ano, os embarques brasileiros da proteína para a China recuaram 4,6% em volume e 29% em receita em comparação com o mesmo período de 2022. Foram enviadas 518.350 toneladas para a China, resultando em US$ 2,612 bilhões de receita.
Os analistas do Itaú BBA, Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto, ressaltaram em um relatório que os preços da tonelada exportada pelo Brasil continuam em queda, registrando um recuo de 1,5% na semana passada. Isso contribui para o aumento do abate de fêmeas para ajustar a oferta de bezerros, mas também pressiona as cotações da arroba bovina.
Os especialistas observaram que o ceticismo entre os investidores está aumentando, uma vez que os preços de exportação continuam abaixo das expectativas. A equipe de análise da Ajax Asset Management também considera que os números de exportação de carne bovina ainda são tímidos e ressalta a necessidade de acompanhar a retomada das exportações para a China, a recuperação dos serviços de alimentação no país asiático e o desequilíbrio global entre oferta e demanda.
*Com informações do Valor Econômico.
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