A vida do brasileiro não está nada fácil. Enquanto o poder de compra no país vem caindo, o preço dos alimentos não param de subir devido a inflação e às mudanças climáticas. Os produtos ‘básicos’, inclusive, são responsáveis por ‘comer’ boa parte do orçamento da população. 

Hortaliças, frutas, legumes e vegetais são alguns dos itens que sofreram aumento por conta dos estragos nas lavouras, que sofrem com o rodízio de temporais e estiagem, em Goiás. Na Central de Abastecimento do estado (Ceasa), por exemplo, alimentos como o pimentão (aumento de 75%), batatinha (aumento de 66,6%), chuchu (aumento de 42,8%) e melancia (aumento de 38,8%), surpreendem. 

Para a economista, Kallenya Lima, a alta é uma consequência da Lei de Oferta e Demanda. Com os estragos, o produtor rural produz menos e gasta mais para manter a colheita, afetando todo o ciclo por trás do comércio e, consequentemente, fazendo com que o alimento chegue mais caro às mesas do goiano.

“Fenômenos climáticos, a exemplo do La Nina, que altera o regime habitual de chuvas, prejudica as culturas. Estamos registrando menores safras devido às condições climáticas desde junho de 2020”, explica. 

Dólar 

Além das safras, a especialista afirma que o dólar (R$ 5,36) é outro fator que afeta diretamente os alimentos. Isso porque ele é  mais valorizado do que o real, o que faz com que os produtores optem por exportar do que vender no mercado nacional, visto que é mais vantajoso. 

Uma dica para fugir dos preços altos, de acordo com Kallenya, é a economia, fazendo pesquisas e não se deixando levar pelo ‘achismo’. Para as pessoas que possuem espaço em casa, uma boa dica é aproveitar o espaço para cultivar o alimento em casa. A economista, porém, diz que também é preciso ficar atento aos dias de promoção no supermercado para fazer uma boa compra pagando menos.

“Uma alimentação menos industrializada é mais barata, além de ser mais saudável. Ou seja, a pessoa pode optar por comprar alimentos da estação que estão com maior produção e, consequentemente, com menor preço. Outra forma de economizar é aproveitar a xepa, que é o final da feira, onde muitas coisas entram em promoção. É preciso adotar o hábito de elaborar um cardápio semanal e lista de compras. O objetivo é criar e inovar no cardápio, assim eliminando o desperdício de sua rotina”, afirma.

Menos compras

Os preços elevados tem pesado no bolso do consumidor que tem deixado as sacolas mais vazias na hora de ‘fazer a feira’. Aquela tradicional salada de tomada com repolho, por exemplo, tem deixado de ocupar a mesa da dona de casa Silvia Sebastiana da Silva, de 48 anos. A mulher diz que tem deixado de comprar alguns legumes e verduras por conta dos preços.

“Está tudo muito caro. O pé de alface está um absurdo, sem falar no repolho, cebola e principalmente o tomate. Fazer uma salada está cada vez mais difícil por conta do valor. Quando vou na banca eu compro menos e opto por comprar os pacotinhos que são mais baratos do que os que a gente pode escolher. Outros alimentos como a abobora e o brócolis tenho deixado de comprar”, explica.

Mesmo comprando menos verduras e legumes, Silvia não abre mão das frutas como a banana e a uva. Ela diz que a sua neta de dois anos e apaixonada pelos alimentos.

“Sempre compro essas frutas, todo vez que a minha netinha vem aqui para casa eu vou na feira ou no mercado fazer a compra. Ela ama banana e principalmente uvas. Todo vez que vem aqui ela pedi. Eu sinto que a banana aumentou bastante, mas mesmo assim não deixo de comprar”, concluiu a dona de casa.