O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, (União Brasil), expressou sua intenção de levar a reforma tributária aos tribunais, caso seja aprovada. O projeto já foi analisado pela Câmara dos Deputados, mas sofreu modificações no Senado. Atualmente, está sendo reexaminado pelos deputados e a previsão é que seja votado até o final do ano.

“A reforma tem pecados mortais, como revogar a prerrogativa de governadores e prefeitos. Isso é cláusula pétrea da Constituição. Como que se tira a minha autonomia de poder gerenciar o que eu arrecado, da minha política de incentivo, das minhas prioridades regionais? Isso não pode ser transferido para um conselho“, disse em entrevista ao portal Poder360.

Para o governador, a soma da reforma tributária com as medidas arrecadatórias do governo federal pode inviabilizar milhares de empresas e os próprios entes federados. Ele criticou especificamente a MP 1.185, da subvenção do ICMS.

“Se o Congresso votar autorizando essa MP, inviabiliza ainda mais os Estados que deram o incentivo e estão sendo tributados em seu incentivo. Você vê que com a reforma tributária e essas medidas para o arcabouço, ninguém vai sobreviver. Trabalho para não passar“, disse.

Ajuste Fiscal

O governador de Goiás disse que as críticas que o PT faz a ajustes fiscais apontam para caminhos que deram resultados negativos em outros lugares. Ele compara à Argentina e à Venezuela, países que por muito tempo foram governados por partidos que tem o apoio dos petistas.

No último sábado, 9, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (RS), disse que o partido não pode cometer um “austericídio“, termo que define seguir um ajuste fiscal que teria, na avaliação dela, como resultado uma derrota nas urnas nas eleições municipais. Ela defendeu um “estado grande, um estado que gaste“.

“Se você disser que está preocupado com 2024 para ganhar eleição e que vai soltar a máquina para gastar, você sabe o que vem depois. Entra uma escala inflacionária enorme e que não vai ter mais como contornar, a não ser com forte choque fiscal“, disse Caiado.

Presidência

Em 2026, Caiado pretende ser candidato a presidente. Disse, porém, que vai além da sua vontade. Para isso, avaliou, é preciso conquistar apoios dentro e fora do seu partido.

“Nunca neguei minha vontade de disputar [a Presidência]. Eu amadureci bastante. Naquele 1º momento [foi candidato em 1989], era mais pelo debate. Agora, preciso trabalhar alianças. São etapas. Não comecei nem o 1º degrau. Isso vai começar depois das eleições municipais para aí entrar nas discussões. Se eu tiver essa chance, eu vou“, disse.

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