Os líderes dos blocos na cúpula do Sul-Americano, em Montevidéu, no Uruguai, decidiram nesta sexta-feira, 6, que o Brasil poderá vender alimentos sem taxas para a União Europeia, após o acordo comercial firmado entre o bloco e o Mercosul. Entre os produtos que terão a taxa zerada estão carne de aves, açúcar, etanol, arroz, mel, milho, sorgo, suco de laranja, cachaça e frutas.

Em suas redes sociais o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que o café também terá imposto zero. Além disso, a carne bovina terá tarifa reduzida. Este acordo prevê mais liberdade comercial.

Após 25 anos de negociações, os presidentes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, juntamente com a Comissão Europeia, anunciaram nesta sexta-feira (6) a conclusão final do Acordo de Parceria entre o Mercosul e a União Europeia. Esse acordo promete impulsionar o comércio entre os dois blocos, criando uma das maiores zonas de livre comércio do mundo, com 449 milhões de consumidores e um PIB combinado de US$ 18,59 trilhões.

Carlos Fávaro afirma que o momento representa um marco histórico para a diplomacia brasileira e um avanço estratégico para o agronegócio nacional. “Graças à dedicação do presidente Lula, a conclusão deste acordo coloca o Brasil no centro de um dos maiores mercados globais e consolida o agronegócio como um pilar do comércio internacional.”

O acordo entre o Mercosul e a União Europeia traz avanços importantes para o comércio de produtos brasileiros, especialmente no setor de carne bovina e etanol. A carne bovina terá uma cota de 99 mil toneladas com tarifas reduzidas para 7,5%, enquanto o etanol contará com uma cota de 650 mil toneladas, das quais 450 mil serão isentas de tarifas, beneficiando a competitividade brasileira no mercado europeu.

Por outro lado, o Mercosul também fez concessões, incluindo a redução de tarifas sobre 96% das importações europeias, com um período de adaptação de até 15 anos. Produtos sensíveis, como queijos, vinhos e chocolates, terão prazos mais longos ou restrições específicas para preservar o mercado local.

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