O escritor americano Paul Auster morreu na noite desta terça-feira, 30, aos 77 anos. Auster tinha sido diagnosticado com câncer de pulmão há pouco mais de um ano. Seus romances ficaram famosos por misturar a literatura de gênero, considerada menos relevante, com a complexa ficção literária pós-moderna. Segundo o jornal “The New York Times”, a morte de Paul Auster foi confirmada por uma amiga, Jacki Lyden.

O prolífico romancista, memorialista e roteirista alcançou a fama na década de 1980 com sua revalorização pós-moderna do romance noir. Um dos escritores nova-iorquinos de sua geração, Auster tem influências de Edgar Allan Poe, Samuel Beckett e Nathaniel Hawthorne — ele se referiu especificamente a personagens de Poe e Hawthorne em sua novela “Cidade de Vidro” e “Quarto Fechado”, ambos dentro da Trilogia de Nova York.

Embora fosse nativo de Nova Jersey, ele ficou ligado aos ritmos do Brooklyn, em Nova York, cidade que foi a maior personagem de seu trabalho. O New York Times publicou sobre a morte do escritor: “Muito antes de o Brooklyn se tornar um lugar onde todos os romancistas pareciam viver, de Colson Whitehead a Jhumpa Lahiri, Auster foi um guardião do rico passado literário do Brooklyn, bem como uma inspiração para uma nova geração de romancistas que migraram para o bairro na década de 1990 e posteriormente.

Em 2022, o paisagista Daniel Auster, seu filho com a escritora Lydia Davis, morreu aos 44 anos por uma overdose por heroína. Em novembro de 2021, Zuzan Smith, casada com Daniel Auster, deixou-o cuidando da filha Ruby, de 10 meses, e o bebê morreu. Ela saíra para trabalhar. Ele se injetou heroína e, quando acordou, a criança estava morta, de uma overdose por fentanil e heroína. O paisagista foi preso, por homicídio culposo (negligência), e foi liberado depois de pagar uma fiança de mais de 1 milhão de reais. Estava sob liberdade condicional.