Em seu 80° aniversário, prêmio Hugo de Carvalho Ramos anuncia melhores obras da literatura goiana em 2024
05 novembro 2024 às 11h23
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O tradicional prêmio da literatura goiana Hugo de Carvalho Ramos tem seus vencedores do ano de 2024. A premiação comemorou oitenta anos de existência nesta edição, se consolidando como a mais antiga de todo o país ainda em atividade. A União Brasileira de Escritores Seção Goiás (UBE-GO), em parceria com a Prefeitura de Goiânia, premia duas obras, uma em prosa e outra em poesia. Além da publicação das obras premiadas pelo município (através de licitação), cada um dos autores recebe prêmio em dinheiro no valor de 20 salários-mínimos cada.
Nesta edição, a prosa vencedora foi o romance “Os frutos da lobeira”, de Elias Antunes (assinada com o pseudônimo Josef Labort), e a poesia premiada foi “O livro dos amores a mais”, de Cristiano Siqueira (assinada com o pseudônimo Shakti).
O texto de Antunes ganhou mérito pela força do enredo, com destaque para a composição e dimensão humana dos personagens. Com narrativa direta e fluida, o autor envolve o leitor com uma saga antropológica.
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Por sua vez, o trabalho de Siqueira trabalha o tema do “Amor” através do ritmo e simplicidade dos versos, tornando a leitura prazerosa. A banca avaliadora elogia o domínio técnico do autor e destaca sua entonação poética.
Neste ano, a banca do concurso foi composta pelos escritores Pablo Mathias, representando a UBE/GO, Mauri de Castro, representando a Secretaria de Cultura de Goiânia, e Itanei Campos, da Academia Goiana de Letras.
Inadimplência
O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e vereador eleito por Goiânia, professor Edward Madureira, participou do evento e destacou a importância da retomada da valorização da cultura por parte da Prefeitura de Goiânia, especialmente do prêmio a Hugo de Carvalho Ramos. Se referindo a denúncia feita pelo Jornal Opção, o parlamentar destacou escândalo envolvendo denúncia do Ministério Público contra o município pelo não pagamento de alguns prêmios, ocorridos em edições durante a gestão de Rogério Cruz (Solidariedade), e reforçou seu compromisso com a valorização da cultura.
Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia (Secult) se pronunciou sobre o assunto:
“A Secretaria Municipal de Cultura informa que os escritores premiados em anos anteriores pela Bolsa Hugo de Carvalho estão com todos os anos pagos – pela atual gestão – relativo aos pedidos recebidos da União Brasileira de Escritores – SEÇÃO GOIÁS, e as respectivas obras publicadas referente aos escritores que entraram em contato para ajustes junto as gráficas vencedoras dos processos licitatórios para as contratações da época.
A Secult informa ainda que referente ao exercício de 2023, o prêmio, a comissão julgadora e as respectivas obras contempladas já se encontram em andamento, conforme processos administrativos encaminhados para empenho e pagamento.“
A premiação
Instituída em 1944 pelo então prefeito de Goiânia, Venerando de Freitas Borges, a Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos já viabilizou a publicação de mais de cem livros, muitos dos quais se tornaram referência na literatura goiana. Foi por meio dela que Bernardo Élis, membro da Academia Brasileira de Letras, lançou sua obra inaugural, Ermos e Gerais. Entre os consagrados autores que figuram no rol de vencedores, destacam-se nomes como Edival Lourenço, Heleno Godoy, Yeda Schwartz, Miguel Jorge, Valdivino Braz, Delermando Vieira, Hélverton Baiano, Solemar Oliveira e Ademir Luiz, atual presidente da UBE-GO.
Menções honrosas
Receberam menção honrosa em prosa o romance “Chapada dos Confins”, assinado pelo pseudônimo Manoelito Souza, e a coletânea de contos “Não se trata de animais”, assinada pelo pseudônimo Ma Pê.
Na categoria poesia, receberam menção honrosa o livro “América que Américo não viu”, assinado por Calíope, “Para o nada”, assinado por Clarice, e “A inexistência das coisas”, assinado por Lavínia Lácio. A banca avaliadora colocam os textos como “obras de indiscutível beleza, que engrandecem a literatura e que encantará futuros leitores”.