Mesmo sendo considerados os artistas com os cachês mais caros do país, os sertanejos estão longe de ter as contas em dia. A dívida dos músicos com a Receita Federal, por exemplo, ultrapassou a bagatela de R$900 milhões no ano passado. O montante é relacionado a pagamentos atrasados e multas de Imposto de Renda a pessoas físicas e jurídicas. 

O Jornal Opção entrou em contato com a Receita Federal e com o Ministério Público Federal (MPF), a fim de saber se a dívida envolvendo os músicos aumentou ou foi amortizada este ano, mas os órgãos informaram que o valor não pode ser repassado devido ao sigilo fiscal, imposto pelo Código Tributário Nacional.

Relaxamento 

Segundo fontes ouvidas pelo jornalista Ricardo Feltrin, em 2022, ano da eleição presidencial que contou com o apoio de artistas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), os músicos teriam declarado apoio ao até então mandatário devido a uma promessa futura de “relaxamento” dessas dívidas em até 90%, caso ele assumisse um segundo mandato. Como sabemos, isso não aconteceu.

Ricardo afirmou à época, com informações de uma fonte na própria Receita e junto a dois Ministérios Públicos Federais de São Paulo e Ceará, que também ocorria uma investigação sobre empresas que promoviam a carreira dos sertanejos. As empresas, em nome de procuradores, agentes, amigos, parentes, empresários e até “laranjas” dos próprios artistas, acumulam dívidas federais. 

Os Ministérios Públicos Federais envolvidos nas investigações são de Goiás, São Paulo, Rio, Paraná, Piauí, Minas Gerais, Maranhão, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Alagoas. As investigações começaram há sete anos.