O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) realizou uma reunião nesta terça-feira, 25, a fim de intermediar o acordo entre a Prefeitura de Goiânia e a Fundação Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc) para dar um fim na crise que assola as maternidades do município. 

As unidades de saúde suspenderam as cirurgias eletivas e não estão aceitando novos pacientes devido falta de itens básicos de saúde. A Fundahc, que administra as unidades, afirma que a dívida da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com a organização supera R$ 67 milhões.

O encontro virtual promovido pelo Cremego contou com a presença do presidente do conselho, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, além de membros da diretoria da instituição e representantes do Hospital e Maternidade Dona Íris, Maternidade Nascer Cidadão e Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara.

“Situação complicada”

A reunião, que durou quase uma hora e meia, deu sequência a outro encontro realizado pela manhã com representantes da fundação e das maternidades. A conselheira do Cremego e assessora técnica da Fundahc, Cacilda Pedrosa, iniciou a discussão relatando a situação complicada que as instituições de saúde geridas pela Fundahc vivenciam. Segundo ela, os repasses para pagamentos de fornecedores de insumos e para os recursos humanos estão atrasados há dois meses. 

“Está inviável para os médicos, principalmente os de contratação PJ, continuarem os serviços sem essa previsão de pagamento”, afirmou, acrescentando que, há mais de 20 dias, estão com problemas de escalas e os diretores estão fazendo plantões para não deixar a população desassistida. 

O secretário municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, que também participou do encontro, afirmou que os R$ 10 milhões necessários para regularizar parte dos repasses já estão em tramitação na Secretaria de Finanças e devem ser pagos até o fim da semana, ou seja, dia 28 de julho. Ele ainda ressaltou que deve se reunir com representantes da Fundação para alinhar os pagamentos. 

“Não existe nenhuma intenção de não pagar”, afirmou ele. 

Prefeitura nega 

A Prefeitura de Goiânia criou uma força-tarefa para negociar com a Fundachc. No entanto, o município diz não reconhecer a dívida de R$ 67 milhões apontada pela fundação. Segundo os cálculos do município, o valor a ser repassado é de R$ 10 milhões, referentes ao mês de julho de 2023. Dinheiro, inclusive, já prometido por Durval Pedroso.

A prefeitura afirmou ainda que só considera o distrato com a fundação, caso as partes não cheguem a um consenso quanto ao encontro de contas e valores do convênio.