A Bateria Caótica da associação atlética de medicina, formada por alunos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) negou em nota divulgada nas redes sociais qualquer ligação com o grupo racista e terrorista Ku Klux Klan (KKK). Segundo a nota, na última semana, o grupo começou a sofrer uma “onda de ataques e acusações injustas” após uma foto publicada pela Liga Nacional de Baterias Universitárias (LNBU) .

Na ocasião, a imagem de um farricoco – personagem emblemático da Procissão do Fogaréu, uma tradição da Cidade de Goiás – presente nos instrumentos da bateria foi mal interpretado. “Somos uma universidade católica do estado de Goiás e sempre fez muito sentido, em nosso cenário, a utilização do farricoco dentro de um movimento de fanfarra”, declarou a nota. Confira:

Confusão frequente

A superintendente de Fomento e Gestão Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de Goiás (Secult), Raissa Coutinho, explicou que, infelizmente, esse tipo de confusão é comum com a Procissão do Fogaréu. “Não tem absolutamente nada a ver. É uma tradição secular que retrata a Paixão de Cristo”, afirmou.

Para Raíssa, que é natural da cidade e já foi secretária de Cultura do município, “os farricocos estão para a Cidade de Goiás assim como os mascarados estão para Pirenópolis”. Ela reforça também que é uma “tradição muito bonita, muito simbólica e muito emocionante”. “Só de falar eu me emociono”, disse.

A superintendente reforça ainda que é uma tradição que transcende a questão religiosa e a própria tradição católica. Ela adiantou que o reconhecimento da Procissão do Fogaréu como patrimônio cultural já está em processo adiantando, tanto a nível estadual quanto federal.

“Na quarta-feira das Trevas, à meia-noite, as luzes da cidade se apagam, os lampiões ascendem e começa a Procissão”, lembrou Raissa ao convidar todos a conhecerem um dos eventos mais emblemáticos de Goiás.