A turma formada em inteligência artificial (IA) pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em março – a primeira do país – recebeu R$ 1,5 milhão durante a graduação por projetos contratados por indústrias. Ao todo, foram 15 profissionais formados.

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Entre os alunos, três deles receberam individualmente mais de R$ 200 mil. Além disso, todos saíram contratados por empresas nacionais e internacionais. 

A universidade, por sua vez, arrecadou R$ 50 milhões das indústrias, em 2023, para o desenvolvimento de projetos, frente a R$ 30 milhões em 2022. Para 2024, a previsão é de R$ 60 milhões, segundo informou o professor e pesquisador, Anderson Soares, à revista Valor.

Anderson, que é coordenador científico do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da universidade (Ceia-UFG), disse que a experiência será contada na Brazil Conference at Harvard & MIT, nos Estados Unidos, no domingo, 7. 

“Hoje, temos 63 contratos ativos, de startups a empresas de grande porte”, afirma o professor Soares, citando como exemplos a Cemig, Positivo Tecnologia, Natura, Falconi e Recovery, do grupo Itaú. 

Por causa desse modelo de remuneração dos graduandos, o Ceia foi convidado para participar da Brazil Conference at Harvard & MIT. Trata-se da 10ª edição do evento, realizado pelo Massachusetts Institute of Technology e Harvard University, em Boston. 

A conferência reúne representantes de diversos setores do Brasil, como especialistas, pesquisadores acadêmicos, políticos, artistas, executivos e empresários, com temas diversos, passando pela cultura, democracia, meioambiente, empreendedorismo, educação, entre outros. 

No programa, estão nomes como os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, o ministro do STF, Fávio Dino; o vice-presidente Geraldo Alckmin, o empreendedor Jorge Paulo Lemann, e o Nobel de Economia, Roberto Merton. 

O caso da UFG será apresentado no painel Inteligência Artificial, no dia 7. Os outros especialistas nesse painel são Alexander Wang, CEO da Scale AI; Fernanda Viegas, professora de Harvard; Marcelo Mattar, professor da New York University; Luís Alberto Nogueira, CEO da CyberLabs; e Alvaro Machado, neurocientista. 

De acordo com o professor e pesquisador, a palestra dele abordará a experiência de “formação bem-sucedida” de inteligência artificial no Brasil, por meio da UFG. O professor pretende comparar os tipos de universidade no país: a que o aluno paga pela formação, a autossustentada por impostos e a que o aluno recebe pagamento, como no caso do bacharelado de IA em Goiás. 

A UFG já começou sua quinta turma no curso de IA, com 40 alunos. No primeiro grupo de formandos havia apenas uma mulher, agora elas já são 20% dos estudantes. O professor Soares diz que está sendo feito um esforço para incluir mais mulheres no curso.