Equipes do Datafolha informaram que estão sendo alvos de hostilidade durante a realização do trabalho em oito estados, dentre eles: Goiás. Apenas na última terça-feira, 13, foram registradas dez intercorrências em municípios das diferentes regiões do país. Ao todo, o instituto de pesquisa conta com 470 pesquisadores espaços por todo o Brasil.

Os demais estados onde foram reportadas hostilidades estão: São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em Goiânia, há registro de que um pesquisador foi empurrado por um homem que se identificou como apoiador do presidente Jair Bosolnaro (PL).

O instituto cita que no mês passado, em Belo Horizonte, quatro homens perseguiram uma entrevistadora. Segunda ela, eles chamavam o Datafolha de comunista e esquerdista, e com medo, ela foi correr, tropeçou e caiu, machucando o joelho.

Já em um município do Rio Grande do Sul, outro pesquisador foi levado para averiguação por um policial que se identificou como eleitor de Bolsonaro. No entanto, antes de chegarem à delegacia, o homem teria parado o veículo e feito perguntas, o liberando logo depois.

Em São Paulo, um vídeo viralizou, nessa quarta-feira, 14, quando um grupo que se identificam como bolsonaristas gravaram uma pesquisadora, na Vila Leopoldina, na capital paulista. Na gravação, o autor diz: “Se você é bolsonarista, ela não aceita, só aceita do Lula”. Além disso, utiliza outras expressões como: “Datafolha lixo”, “pilantragem do Datafolha”, “canalha”, “sujo”, “mentira”, “falsa”, “falcatrua”.

O Datafolha cita casos envolvendo apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No interior de São Paulo, uma mulher disse ser apoiadora do petista e exigiu ser entrevistada por uma pesquisadora. Com o pedido negado, ela começou a perseguir a profissional, chamando pessoas que frequentava um bar para responder ao levantamento.   

De acordo com o instituto, a metodologia adotada prevê pontos específicos para a realização das entrevistas. Em casos de alteração de pontos mapeados, os profissionais precisam ser autorizados pela equipe de planejamento. Além disso, há os critérios de perfis para cada localidade.