Tempestade em copo d’água mina o fogo do Dragão

08 julho 2015 às 15h33

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Declaração do ex-presidente Valdivino de Oliveira tem lado polêmico reforçado de maneira exagerada, enquanto pode ser vista também como a de um desabafo de torcedor
Quando a coisa não vai bem, tudo acaba superdimensionado. Tanto as esperanças em um salvador da pátria quanto as críticas a algum aspecto negativo. Foi o que ocorreu com a interpretação da declaração do ex-presidente do Atlético Valdivino de Oliveira, ao usar seu perfil no Twitter para criticar o time.
Após a derrota de seu clube nesta terça-feira, jogando no Serra Dourada contra o ABC (RN), Valdivino escreveu, em três posts no microblog: 1) “Atlético: ridículo”, 2) “O Atlético caminha a passos largos para a Terceirona [Série C]”: “O Atlético já contratou 35 jogadores este ano. Quantos ainda vai contratar?”.
Virou polêmica, claro. O fato é que o clube passa por uma crise técnica dentro de campo e financeira fora dela. Desta última, o ex-presidente (e economista, é bom lembrar) faz parte: ele foi um dos maiores responsáveis pela dívida avantajada que o clube tem atualmente, como bem lembrou o diretor de futebol Adson Batista.
Sobre a crise técnica, porém, não se pode jogar a culpa em Valdivino de forma direta. Afinal, há clubes igualmente endividados e que conseguem boas campanhas. As restrições são maiores nesse cenário, mas há a criatividade para ser usada. Nessa hora, quem faz a diferença é o bom gestor de futebol. E isso, convenhamos, está faltando desta vez a Adson Batista, que tantas vezes montou bons elencos para o Dragão.
Em suma: fizeram de um problema menor a notícia do dia. E isso não vai mudar o rumo para o lado positivo. Valdivino de Oliveira saiu do Atlético e teve uma atitude de torcedor. Precisa responder pelas inconsequências de seus atos, mas tem direito de falar o que quiser, da posição que hoje ocupa. Mas também vai ouvir o que não quer. Como, aliás, ocorreu.