Tudo que ela toca vira ouro no manejo poético. Bateia no estuário do rio onde cascatam os vultos da Cidade de Ana e para além das terras de Goiás

Valéria se desvela como um valle – severo e majestoso… Vai num coleio margeado por tronos de granito, ‘atalaias fiéis da noite e do tempo’¹, esculpindo estátuas monumentais, perenes na retórica dos seus encômios aos escritores que tiveram a distinção de merecer as suas paráfrases, refundindo-os no mesmo amálgama dos temperamentos de sua arte de escrever, pulverizando-os ultra-fronteira, onde chegou ela antes de todos com o seu cinzel em caneta, em tipos de obra impressa e virtual.

Poesia Encomiástica. Por que não? Tudo que ela toca vira ouro no manejo poético. Bateia no estuário do rio onde cascatam os vultos da Cidade de Ana e para além das terras de Goiás. Um discurso de louvor em trovas, poemático, emblemático, para além de significativo, dando relevância a meio mundo de beletristas, no apurado trabalho de reescrevê-los, despontá-los, manifestando-lhes respeito e admiração.

A arte das letras requesta esse discurso depurado, cadenciado nas estrelas, pronunciado em versos de menestrel, depurando tudo, como o diamante que se tira do cascalho…

Flui encantador esse pronunciar de louvor, gratificante no elogio, dando relevância às pessoas que labutam no mesmo ofício, graduando as qualidades de quem fez por merecer tão distinta honra.

Quando traz à baila Aydée Jayme… Quando pronuncia Natalina, Ridamar… E dá ensancha a tantos outros, que como nós figuram no enredar dos seus capítulos, remissivos no sumário.

Aqui também se encontra o mérito da obra pela sua vinculação à literatura, sobrelevando os vultos assinalados na composição narrativa dos lances destacados, que repercutem na imaginação e levam a mente a reconstruir e tornarem-se as cenas mais valoradas. Há criatividade em atrair a atenção, conseguindo agradar sem cansar, conduzindo o leitor a destinar-lhe tempo sem economia de trabalho e afazeres.²

Biografia invejável 

Professora e escritora Valéria Victorino Valle, Embaixadora da Paz-Comitê Internacional dos Boinas Azuis-ONU, Delegada da Academia de Letras e Artes de Valparaiso-Chile-ALAV, Comendadora da Academia de Letras de Goiás-ALG, Membro Internacional da Confederação Internacional dos Acadêmicos de Ciências, Letras e Artes-CONINTER, membro fundadora e titular de cadeiras nas Academias de Letras de Anápolis-ANALE e Academia de Letras do Brasil, Secção Anápolis-ALBA, membro da ULA e correspondente da ANBA, ARTPOP, FEBLACA(RJ), AAL(SP) E ALTO(MG).

Vamos ao livro em que a autora homenageia seus confrades, obras e amigos da literatura, pois em Anápolis não temos algo semelhante, carentes que somos desses diálogos, elogios incentivadores, dessa validação de pessoas das Letras. Iniciativa singular… Especiosa na construção dos textos, registra ‘pequenos’ grandes momentos históricos de muitos de nós, que com ela anelamos dar cadernos em editoras do nosso e de outros Estados, com passaporte da nossa Secretaria de Cultura para bibliotecas da Argentina ou em vôos que já fez à França, Alemanha, Portugal, Suiça, Chile, Nova York e Espanha, como nos confidenciou.

¹Voltaire Wolney Aires em letra musicada por Zilmar Wolney.
²Paráfrase do Prefácio da obra inédita “Colheita” de José Cândido Póvoa.

*Abílio Wolney é escritor, juiz de direito e professor.