“Precisamos deixar de agir como torcida e amadurecer como Nação”
17 dezembro 2016 às 10h40
COMPARTILHAR
MicheI Franco Ferreira
A crítica doravante é endereçada a todos nós brasileiros, como parte integrante de uma sociedade semiprovinciana. Precisamos de unidade, (tentar) enxergar além, amadurecer como Nação e desvincularmos de “torcidas organizadas” deste ou daquele grupo político, até porque todos eles são opressores e corruptos — às vezes com estratégias diferentes um do outro, outrora se unindo dependendo da conveniência .
Os governos nos humilham explicitamente: decisões arbitrárias que beneficiam políticos, banqueiros e o grande empresariado. E nós, pobres (se você precisou financiar ou financia casa, mobília, carro, moto, ou até mesmo aquela viagem de férias com a família, sim, você é pobre), temos de pagar quase 40% de tributos relativos aos nossos salários.
Agora pergunto: você sente ou percebe o retorno de toda essa tributação? Acha mesmo que vivemos numa crise e o Brasil (Estado) é pobre e está quebrado? Pense bem.
Veja (não a revista, é um verbo no imperativo mesmo), somos meros explorados e independentemente de ideologia, de “esquerda”, “direita” etc. (as ideologias são louváveis, as pessoas, não, pois, como já dizia Bertolt Brecht, “infeliz a nação que precisa de heróis”). Tomar partido deste ou daquele grupo político, em vez de priorizar os nossos direitos e analisar o quanto estamos sendo lesados — não somente agora com o governo golpista, mas em todo o período que vai de Cabral a Cabral (de Pedro Álvares até a Sérgio), passando por Sarney, Collor, Itamar e os traidores do PT — é abdicar do senso comum e do óbvio.
Cada vez mais temos nossos direitos tolhidos ou retirados, com premissas inverídicas e plantadas — como, por exemplo a “crise” da Previdência — com a finalidade de justificar essa atrocidade que constitui o aumento considerável do tempo de trabalho do pobre assalariado (muito diferente do que ocorre com os próprios políticos — os que “trabalham” e os aposentados).
A ideia é ludibriar a população, evitar ao máximo que ela fique politizada, e para isso, ah, claro, os governos têm grandes aliados, que são as mídias compradas, sobretudo a Rede Globo. A intenção do Estado, em todas as suas esferas (observe bem, “Estado”, não estou dizendo plano de governo A ou B), é justamente retirar direitos dos trabalhadores para sustentar os conchavos oriundos de corrupção. E se ele é ilegal conosco e não nos houve nem nos representa de fato como deveria ser em sua obrigação, podemos e devemos nos rebelar. Ou o nosso País está se recuperando em algo, meu amigo brasileiro?
Compreender que estamos caminhando bem e que está tudo certo, principalmente neste momento e com este cenário econômico e social, é ser torcedor do Temer ou anti-PT ou ser extremamente inocente. Juntos somos fortes, fragmentados somos nada! [“Apenas 2 em cada 10 brasileiros consideram governo Temer melhor que o de Dilma”, Jornal Opção Online]
Michel Franco Ferreira é professor e mestrando em Ciências da Educação pela Universidad Central del Paraguay.
“No Brasil, ser jornalista é profissão de risco”
Alberto Nery dos Santos
Eu assisti ao vivo, achei um absurdo. Um time igual o Inter, que tem um dos maiores números de sócios torcedores do País e um orçamento de R$ 300 milhões anuais e uma má administração o levou a segunda divisão. Mas no Brasil ser jornalista é profissão de risco, ou fala o que os políticos e dirigentes de times querem ou leva um tabefe. Quando só leva um tapa está de bom tamanho. Se fosse em Goiás, mandavam matar e ficava por isso mesmo. “Jornalista é agredido por dirigente esportivo. ‘Crime’: criticar a politicagem no futebol”, Jornal Opção Online]
E-mail: [email protected]
“Dificuldades práticas para coibir violência”
Valéria Morais Lessa
Trata-se de um problema que atinge, na maioria das vezes, o sexo feminino e não costuma obedecer nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural específico, como poderiam pensar alguns. Em alguns casos, o abuso do álcool é um forte agravante da violência doméstica física. A embriaguez patológica é um estado em que a pessoa que bebe torna-se extremamente agressiva, às vezes nem se lembrando com detalhes do que tenha feito durante essas crises de furor e ira. Nesse caso, além das dificuldades práticas de coibir a violência, geralmente por omissão das autoridades — ou porque o agressor quando não bebe “é excelente pessoa”, segundo as próprias esposas, ou porque é o esteio da família e se for detido todos passarão necessidade —, a situação vai persistindo. Lamentável! [“Violência contra as mulheres prova que a civilização não exclui a barbárie”, Jornal Opção 2099]
“Que as mudanças tenham início a partir dos privilégios dos parlamentares”
Lita Carneiro
A maioria dos parlamentares não tem o direito de pedir punição para quem quer que seja. Carregar sobre os ombros 12 inquéritos na Justiça e ao mesmo tempo responder pela presidência do Senado, é inadmissível. Se for para corrigir e aperfeiçoar leis ultrapassadas, então que essas mudanças tenham início a partir dos numerosos privilégios que gozam os parlamentares. Privilégios esses criados por eles e para os mesmos. [“Leon Deniz apoia proposta de abuso de autoridade: ‘Ninguém está acima da lei’”, Jornal Opção Online]
Lita Carneiro é aposentada. E-mail: [email protected]
“Brasileiros se atropelam tão logo pouse o avião”
Arnaldo B. S. Neto
Uma coisa une e iguala os brasileiros todos, de norte a sul do Brasil, com idêntica semelhança de comportamento: a maneira desesperada com que se levantam e se atropelam tão logo um avião pouse no solo, loucos para sair da aeronave. Quem quer que queira se lançar à espinhosa tarefa de encontrar alguma unidade espiritual nos brasileiros poderia encontrar neste fragmento comportamental uma base segura para seus esforços.
Arnaldo B. S. Neto é professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG)