Divino Alexandre

O Ministério do Desenvol­vi­mento Agrário (MDB) em Goiás a­presentou na última semana, as inovações do Plano Safra da Agri­cul­tura Familiar 2015/2016. O governo federal vai disponibilizar R$ 28,9 bilhões para apoiar a produção da agricultura familiar, acréscimo de 20% em relação ao ano anterior, o que representa o maior valor já destinado a esse público. Acredito que o fortalecimento da agricultura fa­miliar é imprescindível para garantir a segurança alimentar da população e para manter o trabalho no campo.

Um fato que sempre nos chama a atenção é que a agricultura familiar, além de ser o carro chefe na produção de alimentos, promove a interação entre gestão e trabalho, contribuindo de forma expressiva para o desenvolvimento econômico-social do nosso País. Ela é a responsável pela produção de 70% dos alimentos produzidos no Brasil, por meio do Programa Nacional de Fortale­ci­mento da A­gri­cultura Familiar (Pronaf), e representa 90% da base econômica dos municípios brasileiros. Por isso, precisa ser valorizada, incentivada e integrada à grande rede da produção nacional.

Sabemos que o Brasil possui uma enorme extensão de terras férteis, recursos hídricos e um clima favorável, propício à produção de grãos em grande escala. Por isso, devemos trabalhar para ampliar metas que beneficiem os assentados da reforma agrária e os agricultores familiares, visando aumentar a produção e colaborando por melhor qualidade de vida aos pequenos agricultores goianos. Podemos avançar muito mais se as instituições que lidam com o desenvolvimento rural integrarem suas ações.

É hora de repensarmos um no­vo modelo de gestão em todos os segmentos públicos. Pois, a continuar como estamos, vamos assistir a fa­lência do setor rural, prejudicando principalmente os pequenos agriculto­res, cedendo lugar à monocultura. Como exemplo, a cana de açúcar, que, diga-se de passagem, expulsa os pequenos produtores de suas terras, por falta de recursos e condições.

O País precisa se desenvolver observando as questões regionais e lo­cais, pois a sustentabilidade econômica, social e ambiental se dará a partir de um novo arranjo produtivo, onde se valoriza os trabalhadores, em especial, homens e mulheres do campo, subsidiando, disponibilizando tecnologias, técnicos e equipamentos.

Enfim, temos um longo caminho pela frente para promover o diálogo produtivo, colaborativo e cooperativo entre agronegócio e agricultura familiar, para assegurar a distribuição de renda, garantir a circulação do dinheiro na economia do município, e incentivar e preservar a cultura alimentar regional.

Divino Alexandre é prefeito de Panamá de Goiás e presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM)