José Luiz Miranda

Mais uma vez parabenizo o Jornal Opção pela qualidade da entrevista realizada com a Economista Ana Carla Abrão Costa (Edição 2.063), atual secretária da Fazenda do Estado, ressaltando ainda o nível das perguntas formuladas pelos debatedores que primaram pelo equilíbrio perfeito entre o conceito do político e do econômico.

Realmente, os grandes desafios para Goiás estão postos e todo o desafio, quando enfrentado com parcimônia, se casa necessariamente com novas oportunidades estratégicas que resultarão em benefícios para toda a sociedade goiana.

Nesse sentido, a realização de ajustes para se corrigir eventuais distorções se torna essencial para se criar um ambiente fiscal e equilibrado que possibilite a retomada de investimentos tanto por parte dos agentes do setor público e do setor privado e, nessa rota, a revisão de incentivos fiscais deve ser algo a ser realizado. Como bem ressaltou a secretária, não é eliminar os incentivos fiscais, mas utilizá-los de forma racional e equilibrada avaliando a sua relação custo benefício.

Goiás é um Estado privilegiado em termos geográficos, que favorece ao planejamento logístico das empresas, associado à pujança e à diversidade das suas riquezas naturais; e à potencialidade mineral que favorece o desenvolvimento de políticas públicas para o estímulo à implantação de uma indústria de transformação de alto padrão, que demanda, sim, uma infraestrutura adequada.

O discurso de que o governo deve conceder incentivos fiscais para que as empresas venham para Goiás encontra-se velho e ultrapassado, não encontrando sintonia com as tendências econômicas do século 21, pois trazem em seu bojo a privatização dos impostos que devem ser utilizados para o bem comum e não para o bem privado, além de uma excessiva concentração de renda, elementos estes omitidos pelos seus defensores.

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“Escola pode ser muitas coisas, menos um local de saber”

Sobre a matéria “Estado deve implantar OSs na área da Educação aos moldes das Charter Schools americanas” (Jornal Opção 2062): “Nunca deixei a escola interferir na minha educação”, disse Mark Twain, este desconhecido do ensino, porque, de acordo com a ótica docente brasileira, apenas brasileiros e portugueses escrevem livros.

As pessoas a-d-o-r-a-m dizer como a escola é importante para a formação do cidadão. É curioso então como o Brasil segue sendo uma nação de idiotas que vê a presidente se gabando de que vai fazer mais gente depender do governo e ainda, a elegê-la.

Escola pode ser muitas coisas, menos um local de saber. Ela é um local de comportamento. Se alguma criança brilhante se sente frustrada por não poder desenvolver seus gostos, tendo que respeitar uma grade maçante (que no geral, ela não teria dificuldade de dominar), os professores tascam o rótulo de “aluno problema” e o trata como um problema de disciplina.

Escola tanto é uma instituição disciplinar que este jornal tece loas e mais loas aos resultados dos colégios militares goianos — “aonde se destaca a disciplina”.

O propósito da escola não é transformar as pessoas. É adequá-las. Suprimir tudo que as torna indivíduos. Tanto que ela é um terreno fértil para ideologias coletivistas. E um péssimo lugar para quem pensa individualmente.

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