Louis Fergon

Acabo de ler o texto “Crítica do escritor Diogo Mainardi ao Nordeste merece resposta dura mas não é uma questão de Estado” (Jornal Opção 2052, coluna “Imprensa”). No pensamento geral dos sulistas, o Norte/Nordeste deve ser a região fornecedora de matéria-prima e mão de obra barata para suas indústrias. Ou seja, colônias do Sul. Diogo Mainardi representa o pensamento geral paulistano. Ele tem direito de escrever o que pensa, seja ofensivo ou não. Nós temos o direito também de declarar que precisamos de autonomia e descentralização do poder.
A opinião de Mainardi retrata o pensamento do cidadão mediano do Sul do País sobre os nordestinos: devem servir para empregadas domésticas e peões — e só. Por isso, devem ser submissos à vontade de seus amos. Sim, amos, porque são escravos, sem vontade nem opinião própria. Faz pouco tempo alguém propôs que limitassem o acesso dos nordestinos a feudos elites pró-europeias brasileiras.

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“Quem se mostrou ruim tem de sair do poder”

Roberto Nery

Devemos respeitar as opiniões e maneiras de se expressar desde que não elas firam as leis. Eu sou assíduo telespectador do “Manhattan Connection”, programa da Globonews, e acho que, em relação às palavras de Diogo Mainardi, houve um pouco de má interpretação e vaidade por parte do jogador [o atacante Hulk, que disputou a Copa pela seleção brasileira] e só. Eu respeito demais as opiniões de Mainardi para não entender o que quis dizer, sendo tão inteligente jornalista e escritor.

Morei no Nordeste, tenho amigos nordestinos e poderia até me irritar com o comentário que, em primeira análise, poderia injusto. Ele é mesmo contundente em suas palavras, mas até aí não há nada de errado, em minha humilde opinião.

Acho, sim — e é inegável — que o Nordeste é uma região com baixíssimo índice de desenvolvimento e com grande e esmagadora maioria da população sem ter consciência do que realmente importa ao Pais. Por esse motivo, prefere manter no poder alguém que dá dinheiro (Bolsa Família) com finalidade eleitoreiras. O jogo democrático é assim, infelizmente, e teremos de aceitar. Se aqueles que, como eu, erradamente em outras eleições preferia não votar por conta da desilusão com a instituição política votasse sem abstenção ou sem anular seu voto, acho que esta história seria bem diferente, haja vista a margem de diferença nesta eleição. Veja se é mentira neste caso.

Quando nos setores mais produtivos do País um mandatário faz besteira, o sujeito faz uma vez só, porque quem tem mais comprometimento pagando as contas do governo não se deixa ser sacaneado por muito tempo. Ou seja: quer fazer besteira, faça uma vez só. Essa seria a chance de Aécio Neves (PSDB), para quem não boto minha mão no fogo, entretanto. Ele seria apenas uma oportunidade de mudança; se não mudasse, colocaríamos outro e assim por diante. Ou seja, se fizer besteira tem de mudar. A Região Nordeste acabou mostrando, em minha opinião, que não importa nem os escândalos do mensalão nem da Petrobrás: desde que se garanta o “dinheirinho sujo” do Bolsa Família e outras medidas assistencialistas, então, está tudo bem. Ou seja, a população deixando o PT no poder está dizendo, em voz bem alta, que devem continuar roubando. Agora, para mim, não importa o que vem de diferente: se mostrou que é ruim, tem de sair do poder. E o único poder que o contribuinte tem é o de tirar o poder de quem está roubando.

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“Um jornalista inteligente que está sempre rancoroso”

Inez Frota Porto

Obrigada ao jornalista Euler de França Belém por suas palavras no texto sobre Diogo Mai­nar­di. Concordo plenamente. Sou nordestina e tenho orgulho de sê-la, por tudo que é inerente ao nor­destino: força de vontade, de­terminação, coragem. Se ainda somos uma região com atrasos, muito devemos aos currais políticos existentes, mas também o Su­deste, o Sul e o Centro-Oeste devem muito a nós, que erguemos suas cidades com nosso suor. Se vamos ao “Sul” vencer, vamos também contribuir com sua economia, cultura, generosidade etc. Esse jornalista Mainardi, apesar de um homem inteligente, parece ser uma pessoa revoltada com a vida e seus semelhantes. Será por quê? Vive destilando seu rancor em tudo e em todos, parece que para ele está sempre nublado com jeito de grande tormentas.

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“Sentimento de pena”

Dirson Gleison

O sentimento que podemos ter por este Diogo Mainardi é pena.

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“Como nordestina, não me senti ofendida”

Nine Ayres

Sou nordestina e entendi exatamente o que o Mainardi quis dizer. Com palavras menos inflamadas, ele poderia ter dito exatamente a mesma coisa: quando ele fala “o povo nordestino”, não se refere a todos, mas à maioria que não tem/não teve educação de qualidade, os que ignoram a realidade do crescimento débil do País, os muitos que passaram muita fome até pouco tempo atrás — e fome é algo que não se esquece.

Os programas sociais iniciados por FHC e expandidos e modificados pelo governo do PT alimentaram essa gente e lhes aplacou a fome. Interesses políticos mil (em primeiro lugar para os governantes), lhe aplacaram a fome. Quando Mainardi fala em “bovino” , é porque boa parte do povo não tem opinião própria e, repetindo ecos, acham que são seres pensantes , acham que estão indo para lá ou para cá, mas na realidade somente se movem quando conduzidos. Mas isso também é fruto da falta de escola que eduque e ensine de verdade, falta de professor bem remunerado, falta de ambiente propício ao aprendizado, falta que estimulemos o raciocínio inteligente há gerações e gerações.

Quando o jornalista fala que é paulista antes de ser brasileiro, é porque ele não aprovou o resultado final definido pelo Brasil, como muitos “pensantes” não aprovaram, e ele preferiria, sim, que fosse o resultado definido pelos paulistas. Em outra ocasião, em outro país, foi dito “se os porcos pudessem votar, o homem com o balde seria eleito sempre, não importa quantos porcos ele já tivesse abatido no recinto ao lado” [frase de Orson Scott Card]. Como nordestina , sinceramente não me senti ofendida.

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“O professor acertou”

Miriam Almeida

Sobre a entrevista do professor Altair Sales Barbosa (Jornal Opção 2048), em 2000 fiz uma especialização em que ele ministrava uma das matérias. Já naquela época, o professor anunciou a seca que iria acontecer no Sudeste. Pelo visto, acertou.

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“Quem pariu Mateus que o embale”

Cleverlan Vale

Em relação à nota “Após Caiado lançar Iris prefeito, Rincón repreende: “nem bem terminamos uma eleição e ele já quer começar outra!?” (Jornal Opção Online), quem pariu Mateus que o embale. Caiado, o raivoso, deve focar seu trabalho no Senado, com equilíbrio, e ajudar nas mudanças de que o Brasil tanto precisa. Quanto a Iris Rezende, precisa mesmo é ajudar Paulo Garcia, pois Goiânia está um caos.

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“Farra que graceja com o autoritarismo”

João Paulo Silveira

Muito legal o texto de Thiago Burigato sobre a regulação da mídia [“Prometida por Dilma como prioridade em seu segundo turno, regulamentação da mídia gera dissenso entre políticos e professores universitários”, Jornal Opção Online]. Como todo mundo sabe, a política de concessão e o poder sempre andaram juntos. Vide o papel do então ministro das Telecomunicações, Antonio Carlos Magalhães, durante o governo Sarney. O marco regulatório é uma excelente oportunidade para quebrar os erros feitos desde então no que toca à distribuição de concessões de TV e rádio para fundações administradas por apaniguados de congressistas — Lula também entrou no jogo, diga-se! A distribuição dessas concessões serviu e serve para firmar pactos políticos. É essa farra que graceja com o autoritarismo, e não o marco.

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“Marca histórica do Jornal Opção”

Helenir Queiroz

Leio com satisfação a nota “Jornal Opção alcança a marca de 1,68 milhão de acessos em outubro” (Jornal Opção Online). Parabéns pelo sucesso. Sem dúvida é uma marca histórica, que posiciona o jornal como importante veículo de comunicação em nosso Estado. Para colocar a cereja no bolo, falta a versão flip, para tablets.

Helenir Queiroz é presidente da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg). E-mail: [email protected]