“Ato de Marconi visou muito além da governabilidade”

28 março 2015 às 10h58
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Camille Adorno
O pior é que — além do que foi dito acerca do (des)governo Dilma e seus apoiadores — os partidos de oposição, com exceções cada vez mais raras, se destacam pela inércia no trato das demandas geradas pela corrupção. Basta acompanhar o que acontece no tratamento dado pelo alto tucanato ao “escândalo do Metrô” persistindo há décadas em São Paulo ou no silêncio dos democratas quanto às supostas propinas recebidas por Agripino Maia [senador pelo DEM-RN]: o corporativismo fala mais alto e emudece até o falante Ronaldo Caiado [senador pelo DEM-GO].
Diante do evidente oportunismo das “oposições”, a “declaração de respeito” do governador Marconi à presidente Dilma foi ato de lucidez e responsabilidade política. Isso logo após a sociedade brasileira manifestar o mais pacífico e veemente repúdio ao comportamento dos políticos, “como nunca se viu antes na história deste País”. Mais: a interpretação desse ato do governador de Goiás como mera ação pela governabilidade demonstra desconhecimento sobre Marconi.
Muito além dos interesses locais e na política nacional, ele verbalizou com veemência a defesa da democracia e da República —- que não podem ser abaladas por aventuras tanto de “bolivaristas” quanto de “bolsonaristas”. A inteligência de Marconi deu voz à percepção da gravidade do momento histórico que faltou, por exemplo, a Mauro Borges em 1964, quando a “corrupção avassaladora” e a “insatisfação com a classe política” serviram de pretexto para uma ditadura enrustida — sob o silêncio cúmplice da maioria das lideranças políticas da época.
E-mail: [email protected]
“Marconi, um estrategista”
Moacir Romeiro
Acabo de ler a nota “Ao defender Dilma Rousseff, Marconi Perillo pode ter viabilizado seu governo num ano de crise aguda” (Jornal Opção 2072, coluna “Bastidores”). Tenho de reconhecer: Marconi foi um mestre. É um estrategista.
Moacir Romeiro é professor.
E-mail: [email protected]
“Editorial com argumento crível e verossimilhante”
Adalberto de Queiroz
Destaco um trecho do Editorial [“Fracasso de Dilma Rousseff produz tese de que Lula pode ser o ‘salvador da pátria’ em 2018”] da última edição (Jornal Opção 2072): “Num segundo momento, mais sutil “ma non tropo”, fica-se com a impressão — e talvez se esteja configurando uma certeza — de que o lulopetismo e o peemedebismo em seus vários matizes estão atacando diretamente o governo de Dilma Rousseff, quem sabe ocupando o espaço de uma oposição que dorme em berço esplêndido, sem viço e conteúdo.” Isso parece crível e verossimilhante.
Adalberto de Queiroz é jornalista e escritor.
E-mail: [email protected]
“Há nomes melhores na advocacia para o STF do que Marcus Vinicius”
Juscimar Ribeiro
Em respeito à nota “Marcus Vinicius pode ser indicado pela presidente Dilma Rousseff para o Supremo Tribunal Federal” (Jornal Opção Online), do ponto de vista meramente corporativista a indicação do atual presidente do Conselho Federal da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] poderia ser uma boa, mas como dou muito mais valor ao Direito do que o corporativismo.
Eu acho que, sem qualquer demérito pessoal ao dr. Marcus Vinicius Furtado Coêlho, existem muitos nomes melhores dentro da própria advocacia brasileira para a atuação no STF [Supremo Tribunal Federal] do que o pretenso indicado.
Acredito que a indicação não pode ter como base ligação com o PT ou outro partido político, mas sim a capacidade técnica e, acima de tudo, uma carreira jurídica sólida. Reforço que, no âmbito de Goiás, Fabiano Coelho de Souza e Marcelo Franco seriam excelentes nomes, e teriam meu apoio.
E essa declaração eu faço não somente em nome da amizade e respeito profissional que amealharam ao longo dos nossos anos de convivência acadêmica na vetusta Faculdade de Direito da UFG e na militância na política estudantil no Caxim [Centro Acadêmico XI de Maio], mas pelos profissionais da área jurídica em que se tornaram.
Juscimar Ribeiro é advogado.