Ativista tem feito barulho com discurso de defesa do meio ambiente e, com ele, tem provocado reações de marmanjos carcomidos pelo passar dos anos

Greta Thunberg é uma jovem de 16 anos. E, como todo jovem é uma utopista – como todo jovem é ou, ao menos, deveria ser. Acredita que pode alterar a roda do mundo, com sua mensagem ambientalista. Em suas falas, parece acreditar que o fim do mundo está logo ali, na próxima esquina. É a intensidade típica dos muitos jovens. Mas, se o discurso parece, ao primeiro olhar, exageradamente alarmista, inegável que ela deve ser ouvida, mas, ao contrário, tem causado reações exacerbadas de marmanjos com vários anos nas costas – prova de que o correr da vida nem sempre traz a necessária serenidade para observar as coisas como elas são e, na medida do possível, tentar modifica-las para melhor.

Difícil compreender os motivos que levam homens formados (como Bolsonaro, Rica, Lacombe e vários outros) a atacarem tão furiosamente uma adolescente. Talvez seja inveja do viço e da capacidade de sonhar já carcomidos pelo passar do tempo. Ou talvez sejam as verdades que a voz de Greta faz chegar aos ouvidos de quem não quer ouvir. Pode ser, ainda, rancor por ver uma menina tão nova obter os holofotes que nós, homens de meia idade, nunca obtivemos e nunca obteremos.

Greta é verdadeiramente uma pirralha. No sentido de incomodar com o barulho que faz. Ela é daqueles fenômenos que surgem raramente para tirar o sossego de quem está vivendo muito bem, obrigado!, e quer manter o status quo intocável. Pode ser que, em poucos anos, ninguém mais ouça falar da menina. Mas debaixo do histrionismo de suas palavras, há uma mensagem que não pode ser esquecida.