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Ex-prefeito Luiz Marinho: menino de recado de Lula admite aliança com PMDB

O ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho (PT) teve sua pré-candidatura ao governo de São Paulo lançada na semana passada. Ex-ministro do Trabalho e da Previdência, Marinho é um dos petistas mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por isso, é interessante a opinião do ex-prefeito sobre as eleições do ano que vem.

Marinho afirmou que o PT tem de rever, para as eleições de 2018, a proibição de alianças com os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff para “recuperar a maioria do povo brasileiro”.

À pergunta se o PT deve fazer alianças com partidos que apoiaram o impeachment de Dilma, Marinho responde: “Veja, nós temos que recuperar bases. A maioria do povo também apoiou o impeachment e nós queremos recuperar a maioria do povo. Não vejo a necessidade de um grande arco de alianças para a candidatura do Lula. Vamos precisar de uma grande aliança para governar, no Congresso. Mas isso pode se dar no processo eleitoral ou pós-eleições. Agora vamos analisar no sentido de ganhar a eleição. Depois se tomam providências sobre composição da base no Congresso.”

O importante aí que Luiz Marinho não diria uma coisa dessa sem que antes tivesse pedido ao dono do PT, que é Lula. Talvez até sendo orientado por Lula para lançar o balão de ensaio no ar. Marinho é um autêntico “menino de recado” do ex-presidente.

Portanto, a fala de Marinho sinaliza a viabilidade de várias alianças entre PT e PMDB, justamente a que possibilitou duas vitórias de Dilma Rousseff e que alçou Michel Temer à Presidência com a queda da inepta petista.

Que Lula e os petistas em geral chamem o PMDB de “golpista” é só um detalhe que poderá ser esquecido facilmente em nome da retomada do poder.

Para o PMDB não há qualquer problema. Pelo contrário. O partido vai buscar alianças com o PT em pelo menos oito Estados nas campanhas para governador. A reaproximação faz parte da estratégia dos peemedebistas para tentar manter as maiores bancadas na Câmara e no Senado na próxima legislatura, que vai até 2022.

Em reportagem do Estadão” na sexta-feira, 3, o presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), disse que as alianças regionais poderão ser feitas com qualquer legenda. “Não há nenhum tipo de proibição.”

Presidente do Senado e tesoureiro da sigla, Eunício Oliveira (CE) é um dos que devem se aliar a uma chapa petista para tentar se reeleger. “O PMDB é plural. Não tem essa história de não poder fazer aliança com A ou com B,” disse Eunício.

Além do Ceará, há negociações entre PMDB e PT em Estados como Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Piauí, Sergipe, Tocantins e Goiás.

Lula lidera as pesquisas de intenção de votos para a Presidência. Embora seja muito cedo e há muito para acontecer até o momento das definições, pelo andar dessa carruagem, só falta que o ex-presidente convide novamente Michel Temer para ser seu vice, se ele, Lula, puder disputar no ano que vem. Não haveria nenhuma surpresa nisso.