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Em 1959, as obras da construção de Brasília estavam à todo vapor. Israel Pinheiro, presidente da Novacap, acompanhava atentamente o vai-e-vem dos candangos que trabalhavam sem parar. Aos poucos, os prédios públicos projetados por Oscar Niemeyer e o plano urbanístico elaborado por Lucio Costa ganhavam forma. Eram imensas estruturas metálicas que pareciam brotar do chão. Eram imensas as avenidas que iam se abrindo. Pareciam as avenidas Tocantins e Araguaia. Dava até vontade de comprar um carro só para transitar pelas avenidas da nova capital.

Muita gente veio para Goiânia no intuito de conhecer Brasília. Para chegar ao Plano Piloto, era preciso passar pela capital goiana. Muitos se aventuraram em transitar pela BR-060 para chegar até Brasília. Outros viram que poderiam lucrar com a curiosidade das pessoas que desejavam ver com os próprios olhos a nova capital do Brasil. Para isso, empresas de ônibus criaram excursões que saíam de Goiânia na tarde de sábado e seguiam até Brasília. Lá, os visitantes conheceriam todas as obras e se hospedariam no “luxuoso Hotel de Turismo”. Tendo em vista as obras em andamento, a gente pode até questionar o termo “luxuoso”, mas não vamos estragar o negócio da excursão. O retorno para Goiânia estava marcado para o domingo, às 17 horas.

Essa excursão para Brasília, como os nossos assinantes podem ver neste post, me fez lembrar da história da minha família. Meus pais adoravam levar os nossos parentes que vinham nos visitar até a capital federal. Tenho boas recordações das minhas avós olhando admiradas para os palácios da Praça dos Três Poderes. Essa é a primeira reação de quem nunca viu Brasília e a visitou pela primeira vez. Quem visitava as obras, corria para contar o que viu e aguçar a curiosidade de quem não viu. Acredito que essas excursões eram um sucesso.

Muita gente veio para Goiânia só para conhecer as obras de Brasília. Imagina como ficaram essas excursões no dia que Juscelino Kubitschek inaugurou a nova capital do Brasil.