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Em 2013, nós brasileiros esperávamos pela segunda visita do Papa Bento XVI ao Brasil. Ele participaria da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Na primeira visita, em 2007, quando veio canonizar Frei Galvão, primeiro santo brasileiro, Bento XVI teve um encontro com a juventude no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. No Rio, em 2013, o papa falaria para os jovens do Brasil e do mundo.

Mas, no dia 11 de fevereiro daquele ano, Bento XVI fez um anúncio que surpreendeu o mundo. Perante cardeais reunidos no consistório, anunciou que renunciaria ao Pontificado. Falando em latim, o anúncio demorou um pouco para ser processado por todos os presentes. Quando ficou claro que Bento XVI estava abrindo a sucessão do trono de Pedro, a notícia se espalhou. Ao mesmo tempo que se tentava entender o ocorrido, muitas teorias da conspiração já rondavam a internet.

“Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino”, disse Bento XVI. Repetia o gesto do Papa Gregorio XII, em 1415. Seis séculos depois, a renúncia de um papa voltava a ser uma realidade. Bento XVI reconheceu as limitações impostas pela idade avançada e preferiu abrir mão do cargo que os cardeais lhe confiaram em 2005. Um gesto de grandeza, um gesto de humildade.

Anunciada a renúncia, a imprensa começou a especular quem seria o novo papa. Será que chegou a vez de um brasileiro? O jornalista da Globo Gerson Camarotti escreveu o livro “Segredos do Conclave” que conta os bastidores da sucessão de Bento XVI. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, os organizadores da Jornada Mundial da Juventude corriam contra o tempo para mudar o rosto do Papa nos materiais do evento. Todo mundo se surpreenderia com o novo papa a ser eleito no final de fevereiro.

Foram quase dez anos que Bento XVI viveu como Papa emérito. Tal qual São Bento, viveu no silêncio escutando a Palavra de Deus e rezando por nós.