No dia do centenário da Proclamação da República, os brasileiros foram às urnas escolher o novo Presidente. Desde 1960 que isso não acontecia. O golpe de 1964 acabou com as eleições presidenciais diretas. O Brasil foi governado por militares eleitos pelo Colégio Eleitoral. A emenda Dante de Oliveira pretendia mudar esse cenário ao garantir o voto direto nas eleições de 1985, mas o Congresso não aprovou a emenda. Os civis voltaram ao poder pelo mesmo mecanismo eleitoral da ditadura. Tancredo Neves foi eleito, mas adoeceu antes da posse. Quem assumiu foi o vice José Sarney, aliado dos militares que mudou de canoa aos 45 do segundo tempo. A morte de Tancredo jogou um balde de água fria naqueles que esperavam de fato uma Nova República.

A Constituição de 1988 retomou os direitos individuais abandonados pela ditadura. As eleições presidenciais seriam pelo voto direto e se nenhum candidato conseguisse 50% mais 1 voto seria feito o segundo turno. As eleições de 1989 foram marcadas pelo retorno da democracia, pela nova Carta, pela quantidade de candidatos, pela influência da TV e pelo segundo turno. No dia 17 de dezembro de 1989, novamente os brasileiros foram às urnas escolher entre Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva para ser o novo Presidente do Brasil. As pesquisas indicavam empate técnico. Como a apuração era manual ia demorar para o resultado oficial sair, mas as projeções indicavam a vitória de Collor.

O ex-governador alagoano fez uma campanha prometendo combater os marajás. O apoio da Rede Globo foi muito importante para a vitória de Collor. Sua imagem jovial foi ligada à modernidade. Mas não vamos falar sobre o que aconteceu a partir de 1990. Vamos focar na importância do 17 de dezembro de 1989 na consolidação da redemocratização do Brasil.