O primeiro aniversário de Silvio Santos sem Silvio Santos
Carlos César Higa
12 dezembro 2024 às 12h00
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Hoje não é domingo, mas é o dia do Senor. Sim, do Senor Abravanel. Hoje é o primeiro aniversário de Silvio Santos sem a sua presença física. Ele completaria 94 anos. Nos últimos anos, Silvio estava mais em casa e a gente só sabia das comemorações pelas postagens das suas filhas nas redes sociais. Eu não me recordo de alguma festona para comemorar o seu aniversário. Silvio Santos era um cara simples nascido na Lapa, no Rio de Janeiro, no tempo que Getúlio Vargas tinha acabado de chegar ao poder.
O menino Abravanel aprendeu desde cedo que a vida é luta e se quisesse alcançar seus objetivos, tinha que ralar muito. Começou trabalhando como camelô e ali já despontava o homem da comunicação. Nos anos 1950, Silvio começou a trabalhar no rádio. Ele e Chico Anysio dividiam os primeiros lugares dos concursos para locutor. Grande observador, Silvio percebeu que a travessia das barcas entre o Rio e Niterói eram monótonas e tediosas. Para mudar isso, ele instalou caixas de som e um bar em cada barca. Foi sucesso na certa!
Sua vida mudou para valer no final dos anos 1950, quando se mudou para São Paulo e conheceu Manuel de Nóbrega. Silvio restaurou o Baú da Felicidade e começou a alugar horários nas grades de programação das emissoras de televisão. Em 1960, estreava o “Vamos brincar de forca” na TV Paulista. Não demorou para que Silvio conquistasse o público e seu rosto aparecesse em outras emissoras como a Tupi e a Globo. Surgia o maior comunicador brasileiro de todos os tempos.
Nos anos 1970, a Globo não queria mais abrir espaço para compra de horários. Silvio percebeu que era preciso ter uma emissora. Em 1976, ele teve a primeira concessão de um canal de televisão. Era a TVS, canal 11 do Rio de Janeiro. Com o fim da Tupi, Silvio conseguiu a concessão de mais canais e assim formava o Sistema Brasileiro de Televisão. Se os donos de TV fecharam as portas, Silvio Santos virou um dono de TV.
A longa trajetória dele é um exemplo para todos nós. Foram 93 anos de lutas, conquistas e sorrisos. Lembrar seu aniversário sem a sua presença física nos deixa saudades, mas sua memória está viva no coração de cada brasileiro. Afinal, todo dia é dia do Senor!
