Rachel de Queiroz, primeira mulher imortal da Academia Brasileira de Letras, foi casada com o médico goiano Oyama de Macedo. A pesquisadora Elvia Bezerra, no site do Instituto Moreira Sales, conta em detalhes esse romance e traz fotos do casal, que publicamos uma aqui. Os dois se conheceram no Rio de Janeiro em 1940. Oyama trabalhava no Hospital Carlos Chagas e tinha um encontro marcado com o também médico Pedro Nava no Bar Zeppelin. Como não poderia ir, Nava pediu para Rachel, sua amiga e parenta, representá-lo e que justificasse a sua ausência. Começava ali uma linda história de amor ou como disse a própria Rachel: “E aí, até morrer, nunca mais nos separamos”.

Os dois passaram a morar juntos em 1940, no bairro das Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Ambos eram separados e não poderiam fazer uma cerimônia nupcial. Mas isso não impediu Dona Clotilde, mãe de Rachel, de sair do Ceará e viajar para o Rio abençoar os noivos.

Célia Coutinho Seixo de Brito, em seu livro “A Mulher, a História e Goiás”, falou sobre a proximidade de Rachel com o nosso estado por meio de Oyama de Macedo. Ao escrever sobre Dona Joaquina, uma das personagens do seu livro e avó do médico, Célia se refere a uma matéria que saiu no jornal O Popular em agosto de 1972, quando Rachel de Queiroz esteve em Goiânia. Em um determinado momento da matéria ela falou: “Sou goiana há 32 anos”, se referindo a Oyama de Macedo. Rachel não escondeu sua admiração pela Cidade de Goiás: “Vila Boa é a melhor joia barroca do Brasil, superior a Ouro Preto”.

O casamento com Oyama fez um bem danado para a escritora cearense. Ela não escondia sua felicidade e sempre a expressava em cartas e nas suas crônicas na Revista O Cruzeiro. Rachel de Queiroz afirmou que “Amar é jogo forte, só vale no tudo ou nada: amar é uma aventura heroica e insuperável”. Logo após a morte da mãe, Rachel de Queiroz tomou posse das terras deixadas pelo pai em Quixadá. Oyama foi junto e logo se adaptou ao ambiente rural.

Em 1977, com a aprovação da lei do divórcio, os dois se casaram formalmente. Oyama disse que era “a repetição formal do que já existia”. Até 1982, quando o médico goiano morreu, Rachel de Queiroz viveu uma linda história de amor.