O diário da judia Anne Frank e sua resistência contra o nazismo de Hitler
Carlos César Higa
12 junho 2023 às 10h42
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A historiografia atual busca nos arquivos pessoais os documentos que revelam aquilo que os personagens públicos não queriam revelar. São registros pessoais, privados, confidenciais, que podem mostrar o que estava escondido. Sentimentos, visões de mundo, enfim, o olhar do indivíduo sobre a realidade que o cerca. Hoje em dia temos várias publicações feitas a partir de cartas, diários e gravações.
O presidente Getúlio Vargas teve seu diário publicado em livro (há registros até de um caso extraconjugal). Fernando Henrique Cardoso teve seus registros gravados em áudio também publicados em livro (que menciona os goianos Iris Rezende e Marconi Perillo). Inúmeros políticos doaram seus acervos pessoais para serem pesquisados.
O diário que derrotou o nazismo da Alemanha
O escrito pessoal mais conhecido no mundo é o “Diário de Anne Frank”. A menina, que se escondeu junto com a família em Amsterdã, ganhou um diário como presente de aniversário em 12 de junho de 1942. Naquelas folhas, ela escreveria seu olhar sobre o mundo em guerra, sobre a perseguição que sofria, sobre os dramas familiares, seus sonhos a serem realizados quando a guerra terminasse. Infelizmente tudo isso acabou quando seu esconderijo foi descoberto, em 1944, quando a polícia nazista prendeu sua família. Eles foram deportados para Auschwitz e Anne Frank (Annelies Marie Frank).
Seu pai, Otto Frank, foi o único da família a sobreviver e recebeu o diário da filha. Ao ler, ele percebe o desejo de Anne em ser escritora e decidiu publicá-lo em 1947. Até hoje, o “Diário de Anne Frank” é lido, relido e reeditado em vários idiomas. O local onde a família Frank ficou escondida hoje é um museu. É uma lembrança e uma homenagem para as vítimas do nazismo. E é uma forma de Anne Frank realizar seu sonho de ser escritora impondo mais uma derrota aos desumanos nazistas.
Alemã de Frankfurt, Annelies Marie Frank, a Anne Frank, morreu aos 15 anos. Nascida em 1929, se estivesse viva, teria 94 anos.
Dica de leitura sobre Anne Frank
Anne Frank e seus pais foram traídos por alguém. A história está devidamente contada no livro “Quem Traiu Anne Frank? — A Investigação Definitiva Sobre a Morte da Autora do Diário Mais Famoso do Mundo” (Harper Collins, 392 páginas, tradução de Ivanir Calado), de Rosemary Sullivan.
