Let it be: era preciso deixar os Beatles irem embora

O “Let it be” foi o último álbum dos Beatles. O nome original era “Get Back” e as gravações foram feitas no começo de 1969. Os Beatles em estúdio, cantando, tocando e gravando. Era como se eles voltassem às origens. Uma equipe fazia as imagens da banda. Além da genialidade dos quatro garotos de Liverpool, nós vimos a melhor banda de rock de todos os tempos se desintegrando. Discussões, idas e vindas, bocejos e desinteresse. Vimos também que o quinto beatle não era mais George Martin, mas Yoko Ono. A esposa de John Lennon estava mais perto da banda do que o próprio produtor.

Antes do disco ir para as lojas, os Beatles lançaram a música “Let it be” em 6 de março de 1970. Paul McCartney ao piano e voz principal. John Lennon e George Harrison nas guitarras e no backing vocal. Ringo Star acompanhando na bateria. Nenhum fã imaginava que aquele seria o último single dos Beatles. Depois do magistral Abbey Road, os Beatles preparavam mais um lançamento. Mais um disco dos Beatles no mercado, mais um topo na lista dos mais vendidos. Uma nova década se abria. Os loucos anos 1960 acabaram. O que esperar dos anos 1970? Deixe estar, Let it be.

Enquanto o grande público apreciava mais um sucesso dos Beatles, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr preparavam seus discos solos. A banda já não existia mais, só faltava o anúncio oficial. “Let it be”, o último disco dos Beatles, foi lançado poucos dias depois de Paul McCartney lançar seu primeiro disco solo, o “McCartney”. Os anos 1970 começavam ao som dos Beatles, mas sem os Beatles. O sonho acabou. O último single, o último disco. Aguentemos essa dura realidade.

Eu já contei aqui que fiquei fã dos Beatles na minha adolescência. Foi em 1998, quando meu irmão me deu uma fita K7 com várias músicas da banda. Uma delas era “Let it be”. Tudo nela me encantou. A melodia, a letra. Com o passar do tempo e o conhecimento sobre a história dos Beatles que eu descobri toda polêmica em torno dela. Phil Spector produziu o último disco da banda e deu umas incrementadas em algumas músicas. “Let it be” nas mãos de Spector ganhou uma orquestra, uma guitarra a mais. Sempre que eu vejo o lançamento de alguma coletânea dos Beatles, eu sempre ouço “Let it be” para ver se é a versão Phil Spector ou não.