Deposto o imperador e encerrado o período monárquico, os republicanos começaram a preparar os símbolos nacionais que marcariam a República brasileira. O Governo Provisório liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca já emitia decretos encerrando as ordens imperiais e estabelecendo os parâmetros do novo regime de governo. No dia 19 de novembro de 1889, quatro dias depois da Proclamação da República, Deodoro publicou seu quarto decreto. No artigo 1 estava escrito:

“A bandeira adotada pela República mantém a tradição das antigas cores nacionais — verde e amarela — do seguinte modo: um losango amarelo em campo verde, tendo no meio a esfera celeste azul, atravessada por uma zona branca, em sentido oblíquo e descendente da esquerda para a direita, com a legenda — Ordem e Progresso — e ponteada por vinte e uma estrelas, entre as quais a da constelação do Cruzeiro do Sul, dispostas na sua situação astronômica, quanto à distância e ao tamanho relativos, representando os vinte Estados da República e o Município Neutro; tudo segundo o modelo desenhado no anexo no 1″. Os seus autores foram: Raimundo Teixeira Mendes, Miguel Lemos, Manuel Pereira Reis e Décio Vilares.

Além das cores e do formato, a bandeira republicana trazia o lema: “Ordem e Progresso”. Era uma referência à frase do filósofo francês Augusto Comte, fundador do Positivismo: “O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”. Os republicanos não se esqueceram das ideias positivistas que tanto os influenciaram para derrubar a Monarquia no Brasil. Existe uma legislação que estabelece regras para o hasteamento da bandeira e o que fazer quando se desgasta. O poeta Olavo Bilac e o mastro Francisco de Fraga compuseram o “Hino da Bandeira”: “Salve, lindo pendão da esperança/ Salve, símbolo augusto da paz!/Tua nobre presença à lembrança/A grandeza da Pátria nos traz.”

As estrelas que estampam a nossa bandeira representam os estados e o Distrito Federal e estão posicionadas conforme estavam no céu do Rio de Janeiro no dia 15 de novembro de 1889. De lá para cá, o número de estrelas mudou porque se alterou a quantidade de estados. Já tivemos o Estado da Guanabara, que foi extinto em 1975. Já tivemos estados que foram desmembrados como o Mato Grosso e Goiás. E já tivemos também os territórios que se tornaram estados depois da promulgação da Constituição de 1988. Atualmente, em nossa bandeira, temos 27 estrelas que representam os 26 estados e o Distrito Federal. A única estrela que aparece acima do lema “Ordem e Progresso” se refere ao Pará, por ser o primeiro estado da federação a estar mais ao norte e por ser o maior acima da linha do Equador. Na época em que a bandeira foi criada, não existiam os estados de Roraima e Amapá.

A gente se recorda da bandeira nacional principalmente nos eventos esportivos. Minha primeira lembrança foi em 1988, durante as Olimpiadas de Seul. Nunca me esqueço da minha mãe emocionada vendo a bandeira do Brasil no lugar mais alto do pódio quando o judoca Aurélio Miguel ganhou a medalha de ouro. Outro momento que a nossa bandeira se populariza é durante a Copa do Mundo. Pinta-se o nosso símbolo nas ruas e nos rostos. Quando a seleção ganha um título mundial, em todo lugar nós vemos a bandeira do Brasil.
Mas, nem sempre as recordações do Dia da Bandeira são boas. No dia 27 de novembro de 1937, o ditador Getúlio Vargas mandou queimar todas as bandeiras estaduais representando a unidade nacional em torno do chefe da nação. A bandeira nacional se confundia com a imagem do ditador.

Hoje, dia 19 de novembro de 2024, recordamos esse símbolo nacional tão caro para o nosso povo e tantas recordações nos trazem desde o dia que os republicanos a apresentaram naquele 19 de novembro de 1889.