Goiânia precisava de um coronel Fonfom nos anos 1970
29 abril 2024 às 20h33
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Quando Carlos Lacerda assumiu o governo da Guanabara, em 1961, ele convidou o coronel Américo Fontenelle para ser o diretor de trânsito do Rio de Janeiro. A antiga capital federal precisava urgentemente solucionar o problema dos veículos que circulavam pelas suas ruas e avenidas. Fontenelle era oficial aviador e usou a rigidez militar para implantar um sistema viário que funcionasse e multar os motoristas que desrespeitassem as placas de trânsito. Coronel Fonfom, como ficou conhecido, multava e esvaziava os pneus dos carros estacionados em locais proibidos. Nem veículos oficiais escapavam da caneta do coronel se infringissem as leis de trânsito.
Goiânia precisava de um Coronel Américo Fontenelle para organizar o trânsito nos anos 1970. Além de melhorar o sistema viário, a nossa capital precisava disciplinar os motoristas que insistiam em desrespeitar as placas de trânsito. Estacionar em local proibido era uma infração comum no centro de Goiânia. O jornal “Folha de Goiás” de junho de 1970 criticava: “Um trânsito sem dono e totalmente abandonado é o quadro triste e desolador de nossas vias públicas, quando recebe o impacto do grande volume de carros. As placas com o rótulo do Departamento Estadual de Trânsito servem apenas de fantasias e para maior gozação dos motoristas. Carros oficiais, numa baderna incontida, estacionam em qualquer lugar. Não há lei da repressão e os abusos se sucedem”.
Pronto! Eis o ambiente necessário para a atuação do Coronel Fonfom! Se Goiás não pediu ajuda para ele, o governador paulista Abreu Sodré pediu e, em 1967, lá foi Américo Fontenelle dar um jeito no trânsito de São Paulo. Enquanto isso, em Goiânia, os canteiros da Avenida Goiás continuavam tomados por carros estacionados em locais proibidos. Foi-se o tempo das fotos que mostravam as largas avenidas goianienses com poucos carros.