A Rede Manchete abria sua programação com uma vinheta belíssima. Ao som de uma música feita pelo Roupa Nova, o “M”, logotipo da emissora, sobrevoava os céus das capitais que sintonizavam o seu sinal e aterrizava no topo do prédio da Manchete, no Rio de Janeiro. Desde 5 de junho de 1983, dia da inauguração da emissora, que essa vinheta começava e terminava a programação. Em Goiânia, o “M” começou a sobrevoar o nosso céu a partir do dia 11 de novembro de 1987 com a inauguração da Rede Manchete Centro, uma retransmissora do sinal que vinha da TV Brasília. O dia escolhido tinha tudo a ver com o número do canal.

Euclides Nery foi o grande idealizador dessa nova emissora. Ele era diretor da Makro Filmes e entrou em contato com Jairo Valadares, diretor da TV Brasília, para que o sinal da Manchete fosse estendido até Goiânia. Acordo fechado, a TV Brasília ficou responsável pela programação, transmissão e veiculação enquanto a Makro Filmes ficou com o respaldo técnico contando com equipe externa, espaço físico, veículos e edição. O jornalismo da Rede Manchete Centro pretendia unir Goiânia e Brasília apresentando as duas cidades.

Os goianos não viam a hora de assistir a Manchete que, quatro anos depois da sua inauguração, já era famosa pela transmissão dos carnavais, por suas novelas e também pelos programas musicais. Eu lembro dos desenhos japoneses, da Angélica e da Duda Little. Outra coisa que eu lembro da Manchete Centro eram as propagandas cujos endereços tinham letras e números, algo tão característico de Brasília.

A parceria entre a Makro e a TV Brasília acabou em 1996, no auge da crise financeira da Manchete. O “M” que tanto sobrevoou os nossos céus estava perto de aterrisar e nunca mais voltar.