Embaixador norte americano em Goiânia
02 agosto 2024 às 12h53
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John Cabot, embaixador dos Estados Unidos, esteve em Goiânia no dia 13 de setembro de 1960. De acordo com o Folha de Goiaz, o avião que trouxe o desembarcou no Aeroporto Santa Genoveva às 11:22. O governador José Feliciano o aguardava na pista de pouso e o conduziu ao Palácio das Esmeraldas. Logo depois, Cabot foi ao Hotel Bandeirantes onde lhe foi servido um banquete oferecido pelo governo goiano.
Cabot veio a Goiânia inspecionar os projetos relacionados à cooperação técnica dos Estados Unidos. Em tempos de Guerra Fria, os norte americanos queriam se fazer presentes na América Latina ainda mais depois de Fidel Castro tomar o poder em Cuba e se aproximar da União Soviética. No Hotel Bandeirantes, o embaixador concedeu uma entrevista para a imprensa goiana. É claro que Cuba foi tema de muitas perguntas. Cabot falou sobre os propósitos ditatoriais de Fidel e do perigo que a remessa de armas da União Soviética para Cuba ameaçava a paz do continente americano.
Setembro de 1960, os Estados Unidos estavam em processo eleitoral e esse tema foi perguntado pelos nossos jornalistas. Será que o fato do candidato democrata John Kennedy ser católico representaria algum problema ja que a maioria dos norte americanos era protestante? O embaixador negou qualquer interferência religiosa na escolha do futuro presidente e destacou o “amadurecimento do povo americano em suas deliberações democráticas.”
É claro que a nova capital brasileira, inaugurada meses antes, pautou a entrevista. Cabot afirmou que “Brasília desfruta de extraordinária projeção nos círculos internacionais. Quem quer que seja conhece Brasília e sabe que ela abre novos horizontes para o Brasil”. Para evitar qualquer interferência sovietica em nosso país, a Casa Branca mandou seus diplomatas para cá. Pouco tempo depois, Lincon Gordon, sucessor de Cabot na embaixada norte americana, também visitou Goiânia.
Nos anos 1960, quando os embaixadores dos Estados Unidos desembarcavam por aqui, todo mundo ficava sabendo. Hoje, se ainda vem para cá, ninguém sabe quem é.