Em tempos de ditadura, o Estado de saúde do presidente da República é omitido

31 agosto 2023 às 18h06

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O marechal Arthur da Costa e Silva foi o segundo presidente da ditadura civil-militar e seu mandato iria até 1971. Porém, no dia 31 de agosto de 1969, ele foi afastado da Presidência da República logo após sofrer um derrame cerebral. O general Jayme Portela, chefe do Gabinete Militar, barrou a posse do vice-presidente Pedro Aleixo e tratou de formar uma junta militar para governar o país enquanto o presidente era medicado.
Em 1969, o Ato Institucional número 5 estava em vigor. As notícias sobre o real estado de saúde de Costa e Silva foram censuradas. Talvez na cabeça dos militares, se o povo não tinha direito de votar no presidente, para que saber da sua saúde? O Congresso Nacional nem se pronunciou a respeito porque estava de portas fechadas desde a publicação do AI-5, em 1968.
A Junta Militar foi formada pelos três ministros militares (Augusto Rademaker, Aurélio de Lira Tavares e Marcio de Sousa Melo) e ficou no poder até o Congresso ser reaberto para eleger o novo presidente. O jornalista Elio Gaspari, em seu livro “A Ditadura Escancarada”, escreveu que a sucessão de Costa e Silva para o general Emílio Garrastazu Médici foi a mais secreta da História republicana brasileira.