Tem algumas pessoas que você quer ver bem longe. Nem se a criatura se pintasse de ouro, pagasse um salgado e um Tampico, você não a queria ver por perto. Ainda bem que as redes sociais têm os dispositivos “deixar de seguir”, “excluir amizade” ou “bloquear” (para os mais radicais). Porém, no dia 9 de janeiro de 1822, tinha um cara que a maioria dos brasileiros o queria por perto. Ele estava de malas prontas para ir embora, mas o povo saiu às ruas pedindo para que ficasse, que não entrasse no navio que o aguardava no porto do Rio de Janeiro e se mudasse de mala e cuia para Portugal. Esse cara era Dom Pedro, filho do rei Dom João VI.

Desde 1820, quando Portugal foi sacudido pela Revolução do Porto, que os brasileiros estavam preocupados com o futuro. Dom João VI já tinha voltado para casa e aumentavam as chances de o Brasil continuar sendo colônia.

D. Pedro I no Dia do Fico | Foto: Reprodução

Se Dom Pedro seguisse o mesmo caminho, aí lascou-se. Mas o príncipe regente atendeu aos apelos do povo, saiu na sacada do Paço Imperial no Rio de Janeiro e disse: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”.

Estava instaurado o dia 9 de janeiro como o Dia do Fico. Dom Pedro descumpriu as ordens de Portugal e, sob as orientações de José Bonifácio, tomou as rédeas do processo de independência do Brasil. É claro que Portugal não iria admitir. Até setembro de 1822, muitas águas ainda correriam pelo Riacho do Ipiranga.