Antes de o poeta Ferreira Gullar iluminar as letras do Brasil, o Maranhão ofereceu ao país Gonçalves Dias, poeta nascido em 10 de agosto de 1823. O “Correio da Manhã” fez uma homenagem ao centenário de nascimento dele: “Antônio Gonçalves Dias deve ser considerado, realmente, o nosso primeiro poeta nativista. Nascido dez dias depois da última batalha entre portugueses e brasileiros para a emancipação do Maranhão, veio ao mundo, pode-se dizer, com a liberdade de sua terra. E, toda a sua vida, semeada de sofrimentos e resplendente de glória, foi um hino à sua pátria e à sua gente, que ele amava com verdadeira religião”.

Ele se formou em Direito pela Universidade de Coimbra. Os tempos que passou fora do Brasil inspiraram o poeta a compor o seu poema mais famoso, “Canção do Exílio”. O Hino Nacional e a Canção do Expedicionário pegaram emprestado alguns versos de Gonçalves Dias.

Além do Direito, o poeta também foi jornalista. Juntamente com Manuel de Araújo Porto-Alegre e Joaquim Manuel de Macedo fundou a “Revista Guanabara” para divulgar o movimento romântico no Brasil. Gonçalves Dias também foi professor de história e de latim no Colégio Pedro II.

Pouco antes de morrer, ele estava em Paris e escreveu uma carta a um amigo avisando do seu regresso ao Brasil. “Dizem-me que há um navio a sair no dia 10 corrente; se há, vou nele. Em princípios de outubro devo lá estar, se não ficar no mar”. Antônio Gonçalves Dias deixaria para sempre sua terra de palmeiras onde canta o sabiá em 3 de novembro de 1864. Morreu, aos 41 anos, quando o navio naufragou.